Levar escolarização de qualidade para comunidades ribeirinhas, indígenas e extrativistas, localizadas em zonas de difícil acesso no Acre é a principal diretriz do programa Asas da Florestania. Criado em 2005, já beneficiou mais de 73 mil alunos em todo o estado. Desses, 39.607 são do ensino fundamental, 22.227 do nível médio e 11.719 do “Asinhas”, denominação carinhosa para o atendimento em ensino infantil.
“Precisamos do Asas da Florestania para continuar estudando e morando aqui, com a nossa família, porque nem todos têm condições de estudar na capital. Por isso,dizemos que o Asas é a nossa vida e Florestania é o nosso futuro”, declarou a aluna Naiane Silva, do Ramal Raimundo Otávio, localizado na zona rural de Rio Branco.
O programa busca garantir a permanência de crianças, jovens e adultos nas suas localidades de origem, adequando as metodologias a peculiaridades da realidade rural da Amazônia. “Essa é a nossa bandeira: ver os jovens perto dos pais, sem precisar vir para a cidade para ter uma formação de qualidade”, diz Benedita Mourão, técnica pedagógica da Secretaria de Estado de Educação e Esporte (SEE).
Clayciany Nogueira, professora da Escola Rural Floresta, de Rio Branco, destaca que o projeto tem sido uma das alternativas mais eficientes voltadas para o atendimento nessas áreas. “Educar em localidades afastadas é um desafio que requer ações inovadoras. O projeto tem mostrado sua eficiência, reduzindo a taxa de analfabetismo no interior da floresta”, ressaltou.
Diferencial
Nas três modalidades de ensino, o programa segue as diretrizes curriculares nacionais. O diferencial é a abordagem metodológica, na qual são incluídos temas regionalizados, que visam universalizar o ensino nas comunidades rurais.
Ao todo, 19 municípios acreanos são atendidos. “Esse é um projeto de grande magnitude social, porque promove a cidadania”, afirmou Stanley Costa, professor do Asas Fundamental.
Em cada modo, o projeto se organiza de maneira distinta: no “Asinhas” o atendimento é domiciliar, já no ensino fundamental e médio os alunos estudam nas escolas mais próximas das suas residências.
A aluna Erlana Oliveira, reside próximo à Escola Rural Floresta. Ela conta que estudar na comunidade onde mora é uma forma de vencer os obstáculos e limitações do campo. “Nós somos privados de muitas coisas por vivermos afastados, mas o mais importante que é a escola, nós temos”, ressaltou.
Para 2016 a estimativa é que sejam matriculados cerca de 12 mil alunos.