“O estudo é o primeiro passo para mudar de vida e obter o crescimento pessoal e profissional. Voltei a sonhar com dias melhores: quero ser médico e vou continuar estudando para que meu sonho se torne realidade”, afirmou Fábio (nome fictício), de 17 anos, um dos socioeducandos do Centro Socioeducativo Acre, localizado em Rio Branco.
Ele e outros adolescentes que estão privados de liberdade tiveram a oportunidade de retornar aos estudos com a oferta de cursos de formação profissional.
Cursos de operador de computador, auxiliar administrativo, salgadeiro, eletricista, auxiliar de manutenção predial e instalador hidráulico, entre outros, foram oferecidos por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) e do Programa de Gratuidade do Sistema S.
“Para mim a mudança vem com a oportunidade, e esses cursos se apresentaram como uma oportunidade de recomeço”, avalia Fábio.
A educação como recomeço
“A educação profissional possui papel fundamental na reintegração social de adolescentes em medida socioeducativa. Eles passam a vislumbrá-la como o recomeço de uma nova vida”, afirma o diretor do Centro Socioeducativo Acre, Daniel Fideles.
Foram 916 vagas ofertadas ao longo de 2015 nos centros socioeducativos Aquiry, Acre, Santa Juliana e Mocinha Magalhães, em Rio Branco; Purus, em Sena Madureira; e Feijó e Juruá, em Cruzeiro do Sul.
Os cursos foram ofertados visando atender os adolescentes internos, egressos e seus familiares em situação de risco. A iniciativa qualifica e gera oportunidades no mercado de trabalho, além de reduzir a incidência e reincidência de atos infracionais.
“Eu andava para baixo, triste, e os cursos foram como um gás em minha vida, porque me incentivaram a voltar a estudar”, frisou o egresso Mateus Silva, de 18 anos.
Mateus concluiu os cursos de eletricista, pizzaiolo e auxiliar de manutenção predial. Atualmente ele trabalha com o pai no ramo de alimentação.
Reintegração social
No que diz respeito à oferta da qualificação profissional nas unidades socioeducativas, o diretor-presidente do Instituto Socioeducativo do Estado (ISE), Rafael Almeida, destaca que a qualificação profissional tem desempenhado um importante papel na formação pessoal dos educandos que cumprem medida socioeducativa.
“A mudança de comportamento dos que participam dos cursos é notória. Diminuíram o estresse e os motins nas unidades. A qualificação tem permitido mudanças de vida. Eles saem dos centros certificados e prontos para ser inseridos no mercado de trabalho”, declara Almeida.
