Gestores ambientais falam sobre importantes conquistas durante a COP 21

Acre recebeu certificado de REDD+SES, o primeiro concedido a um programa subnacional (Foto: Gleilson Miranda/Arquivo/Secom)
Acre recebeu certificado de REDD+SES, o primeiro concedido a um programa subnacional (Foto: Gleilson Miranda/Arquivo/Secom)

O secretário de Estado de Meio Ambiente, Edegard de Deus, a diretora-presidente do Instituto de Mudanças Climáticas (IMC), Magaly Medeiros, e o diretor da Companhia de Desenvolvimento de Serviços Ambientais (CDSA), Dande Tavares, concederam entrevista ao canal Amazon Sat para falar sobre a participação do Acre na Conferência do Clima (COP 21), na sexta-feira, 18.

Pela primeira vez após o retorno da delegação acreana, os gestores falaram sobre a agenda de trabalho realizada em Paris, na França, durante o evento que terminou no último dia 12, com o novo acordo global pelo clima.

O primeiro do mundo

Durante a COP 21, o Acre recebeu o certificado de Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal com Benefícios Socioambientais (REDD+SES), o primeiro do mundo a ser concedido a um programa subnacional.

Para Magaly, a certificação foi o reconhecimento dos esforços realizados pelo governo para garantir as salvaguardas dos direitos da justiça social e da biodiversidade. “Nós adotamos padrões de qualidade internacional, contando com a participação dos três colegiados que compõem a comissão de acompanhamento do sistema adotado pelo estado. O diálogo constante com a sociedade civil garante esse sucesso”, explicou.

Economia descarbonizada

A piscicultura é uma das grandes apostas no reaproveitamento de áreas abertas (Foto: Gleilson Miranda/Arquivo/Secom)
A piscicultura é uma das grandes apostas no reaproveitamento de áreas abertas (Foto: Gleilson Miranda/Arquivo/Secom)

O novo acordo global pelo clima prevê a limitação da temperatura da terra bem abaixo de 2°C, contendo em no máximo 1,5°C.

Para atingir essa meta, os países devem reduzir a emissão de gases de efeito estufa, provocada, principalmente, pela queima de combustíveis fósseis e pelo desmatamento.

Nesse contexto, a Amazônia tem o importante papel de conter a degradação florestal. O Acre tem 87% de cobertura florestal utilizada de maneira sustentável, mantendo-se preservada, e 13% de áreas abertas investindo em alternativas de baixo carbono.

“O fomento a atividades produtivas e o fluxo de recursos são essenciais para que a gente siga garantindo o sucesso dessa economia descarbonizada. A COP foi mais uma oportunidade de dialogar com atores estratégicos para o fortalecimento de um modelo de encomia de baixo carbono, mostrando o quanto é importante o papel das florestas tropicais para a mitigação das mudanças climáticas”, enfatizou Tavares.

Novos desafios

Edegard de Deus destaca os resultados positivos que o estado vem apresentando em relação à redução do desmatamento. A performance do Acre levou o governo a assumir uma missão ainda mais desafiadora: eliminar o desmatamento ilegal no estado até 2020. O compromisso foi firmado na COP 21.

O titular da Sema explica que o grande desafio, a partir de agora, é trabalhar o desmatamento residual, em especial com as famílias da agricultura familiar.

“Temos que realizar um trabalho ainda mais forte com esses pequenos produtores, que ainda apresentam certa resistência às alternativas oferecidas pelo estado para não fazer uso do fogo. O Acre está em um caminho bom. Estamos em um processo contínuo de agregar sempre novas possibilidades e fortalecer as cadeias produtivas que proporcionam o reaproveitamento das áreas abertas”, disse.