A governadora em exercício Nazareth Araújo participou nesta terça-feira, 8, das duas reuniões promovidas pela presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto – a primeira sobre o processo de seu impeachment e a segunda relacionada à emergência sanitária que o país está vivendo com relação ao zika vírus, que provoca a microcefalia.
As duas reuniões no Palácio do Planalto duraram mais de duas horas, quando a governadora acreana pôde se somar a outros 15 governadores do país na defesa do mandato de Dilma. Eles entregaram à presidente uma carta em que se posicionam radicalmente contra o seu processo de impeachment.
No documento, os governadores defendem que o mecanismo do impeachment deve ser empregado somente se houver “comprovação clara e inquestionável” de atos praticados dolosamente pelo chefe de governo que atentem contra a Constituição.
“Participei da reunião com a presidente Dilma analisando um pouco esse momento político que o país está passando. Os governadores, presentes em número bastante considerável, manifestaram o apoio e a solidariedade à presidente da República.”
Segundo Nazareth Araújo, o que se vê neste momento é uma forte motivação política. “Trata-se de um golpe mesmo, travestido de um processo de impeachment”, assinalou a governadora. “Por isso, temos que lutar pelas nossas instituições e pela garantia da vida democrática, ainda tão jovem e tão curta na nossa nação.”
A governadora fez questão de lembrar que acompanhou e viu o sofrimento de seu pai, o ex-governador acreano cassado José Augusto de Araújo, e da mãe, quando, por motivos ideológicos, foram perseguidos politicamente.
“Nós não queremos nunca isso na vida democrática do nosso país e não queremos isso para as gerações futuras. Nós temos que lutar por valores dentro da nossa democracia. Nós temos que estabelecer esses valores junto com as nossas comunidades e com os movimentos sociais”, assinalou.
Para Nazareth, é preciso lutar, também, para que as instituições do país se tornem refratárias a esse tipo de movimento golpista. “Todos os governadores que estavam ali e eu, representando o governador Tião Viana, declaramos o nosso apoio incondicional à presidente Dilma”, acrescentou.
Nazareth Araújo disse também que os governadores declararam a disposição de lutar em seus estados com as forças políticas para que se eleve a luta em torno da democracia e da valoração da democracia que todos querem e defendem.
“Até porque isso tudo tem um forte componente de gerar instabilidade econômica no país. E nós queremos e lutamos pela esperança, pela melhoria de vida. Nós lutamos pela igualdade das pessoas em oportunidades de vida. E se nós queremos isso, temos que, neste momento de luta democrática, expor os nossos pensamentos, assumindo como cidadãos e cidadãs aquilo que é um chamamento da defesa da democracia”, completou.
Combate ao zika vírus em todos os estados
Na segunda reunião com Dilma Rousseff, a governadora em exercício informou que o Acre, que já trava um embate muito forte contra o mosquito Aedes aegypti, causador da dengue, estará totalmente engajado na emergência sanitária que o governo federal está declarando ao zika vírus, também causado pelo mosquito Aedes.
Gerador de microcefalia dos bebês durante a gestação, o zika vírus, segundo a governadora, será combatido por uma coordenação centrada no Ministério da Saúde e na Defesa Civil Nacional, que vão estar conectados às salas de situações que serão montadas em todos os estados para acompanhar, controlar e combater a incidência do novo vírus.
“É muito importante que a população se una aos governos e a todas as outras instituições do setor, para que todos ajudem os agentes de endemia e os agentes comunitários a combaterem de forma radical o Aedes”, disse Nazareth.
A governadora lembrou, ao final, os imensos e incansáveis esforços que o governador e médico Tião Viana e o presidente da Associação dos Municípios do Acre, o prefeito Marcus Alexandre, vêm promovendo em todo o estado para combater a dengue e, agora, a ação do zika vírus, provocador de microcefalia.