As mulheres negras do Acre se reuniram em Rio Branco para marchar pelas ruas da capital em protesto contra o racismo, a violência, a intolerância religiosa e as más condições de vida que enfrentam no país. A data escolhida foi 18 de novembro, antevéspera do Dia Nacional da Consciência Negra.
“As mulheres do Acre também saíram às ruas para reivindicar pelo fim do genocídio de mulheres, jovens e crianças negras. Sonhamos com um país mais democrático, igualitário, sem racismo, com justiça social e sem corrupção”, destacou a chefe do Departamento de Promoção da Igualdade Racial, da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos, Almerinda Cunha.
A professora aposentada Guajarina Lima participou pela primeira vez da marcha. “É importante as pessoas entenderem que somos todos iguais e que o preconceito é maléfico para quem o sofre”, observa.
Pelo fim da violência
No início da semana passada, a Organização das Nações Unidas (ONU), a Secretaria de Políticas para Mulheres e a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais tornaram público o “Mapa da Violência 2015 – Homicídios de Mulheres no Brasil”.
O feminicídio é crescente no país desde 2008 – o último dado dá conta de 4.762 assassinatos em 2013. São 13 mortes por dia, o que faz do Brasil um dos cinco países com as maiores taxas de homicídios femininos (4,8 por cem mil habitantes).
“O dado nos permitiu perceber que é particularmente cruel a situação das mulheres negras. A população negra é vítima prioritária da violência no país. Temos que nos unir pelo fim de todo tipo de preconceito e violência”, frisou a estudante Jennifer Lauanda.