O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) que teve nesta semana a primeira entrega de produtos, além de promover o acesso à alimentação e o aumento na renda da agricultura familiar, já que em todo o estado o programa alcança mais de dois mil agricultores familiares e 460 entidades, possui um componente importante para o meio ambiente.
Com a garantia da compra da produção por um preço justo de mercado, os agricultores familiares do estado são incentivados a produzir sem o uso do fogo e evitar o desmatamento.
É o que acontece, por exemplo, com os produtores de farinha que fazem a entrega dos produtos às escolas, creches, hospitais e demais entidades beneficiadas com o PAA.
Fátima Maciel, presidente da cooperativa Acreverde, que representa 28 produtores que moram às margens da BR-317, sentido Boca do Acre, fala como era a vida de quem produzia na região antes do Programa de Aquisição de Alimentos.
“Quando a gente não era beneficiada por esse programa era muito difícil. Tínhamos que fretar um caminhão, sair de casa uma da madrugada, para chegar as quatro no mercado. Ainda tinha o problema do atravessador. Nossos produtos valiam o que o atravessador queria pagar. Por isso, era preciso produzir muito para ter um mínimo de renda. O produtor acabava sendo incentivado a queimar”, afirma.
O Programa de Aquisição de Alimentos só na região de Rio Branco beneficia 600 agricultores familiares. Tendo a certeza que a produção vai ser comprada por um preço justo, aos poucos, os produtores estão abandonando a velha prática do uso do fogo na agricultura. “A gente não queima porque temos o apoio do governo na área de mecanização. E com o PAA, o produtor sabe que vai vender a mandioca, a macaxeira e a goma por um preço que nunca iríamos conseguir no mercado normal”, destaca Fátima Maciel.
O incentivo do programa, segundo Palmira Oliveira, coordenadora da cadeia produtiva da mandioca na Seaprof, faz com que cada vez menos os produtores usem o fogo na produção rural. “No caso da farinha, o cultivo da mandioca tem sido realizado sem o uso do fogo. Temos incentivado o produtor a ter melhores práticas ambientais e mostrar que não há necessidade de queimar para produzir uma farinha de qualidade”, afirma.