Mostras audiovisuais, música e um intercâmbio cultural marcam programação
Um festival de cinema que promova um intercâmbio cultural rico entre a produção audiovisual do Brasil, Peru e Bolívia. Essa é a proposta da segunda edição do Festival Pachamama – Cinema de Fronteira, que acontece em Rio Branco, de 22 a 27 de novembro, trazendo uma programação exclusiva de filmes, além de muita música, arte e olhares diferentes sobre o mundo em que vivemos. A maior parte dos filmes será exibida no Cine Teatro Recreio, com todas as sessões gratuitas.
Iniciado em 2010, o Festival Pachamama pretende fortalecer a divulgação e a produção audiovisual na região Norte do país. Ele também é uma forma de garantir o acesso gratuito a filmes sul-americanos que normalmente estão fora dos grandes circuitos e salas de cinema tradicionais. É um cinema diferente, um olhar audiovisual diversificado na região.
Com apenas quatro dias de duração no ano passado, o Festival se torna gigante esse ano, com seis dias de exibições cinematográficas em mais de um espaço. E se em 2010 o Pachamama trouxe o ator Mateus Nachtergaele para a exibição de seu longa metragem “A Festa da Menina Morte”, esse ano, Rio Branco recebe grandes nomes como o ator Gero Camilo representando o filme "Eu receberia as piores notícias de seus lindos lábios", de Beto Brant, que ainda nem entrou em circuito comercial e em sua trilha sonora tem uma música de Shaneihow Yawanawa.
Tem também a participação do ator Cristian Mercado que traz o filme peruano “Contracorriente”. Cristian é uma promessa do cinema latino americano e participou de grandes produções, como o longa metragem “Che”. Já o ator Erom Cordeiro, que fez sucesso como o padre Wagner na novela “Morde e Assopra”, estará presente no festival representando o filme “O Palhaço”, recente sucesso nacional dirigido por Selton Melo. No filme, Erom Cordeiro é um trapezista maceioense que pinta o cabelo de loiro e diz ser russo para virar artista internacional.
Nómadas
Mas nem só de sessões fechadas vai viver o Festival Pachamama. Um dos convidados e parceiro dessa edição é o grupo peruano Nómadas, uma associação sem fins lucrativos que tem como objetivo fortalecer a integração cultural de diferentes povos da América Latinas através de exibições de documentários e filmes de ficção em locais aonde o cinema não pode chegar. Com um telão inflável de mais de sete metros, o Nómadas vai levar uma mostra paralela para os bairros de Rio Branco.
A Mostra Cinema no Bairro será realizada em dois bairros periféricos, promovendo o acesso cultural de uma forma mais descentralizada. A equipe do Nómadas percorre diversos países e comunidades camponesas e indígenas da América do Sul, com o projeto "Las Cámaras de la Diversidad", patrocinado pela Unesco. Assim, eles difundem e distribuem a produção latino americana, com sessões gratuitas, que contribuem para a aproximação de realidades diferentes e a valorização da imensa riqueza cultural, social e natural da américa latina.
Um dos filmes exibidos nessa mostra paralela será “Bróder”, o filme brasileiro mais premiado de 2010. Focado na amizade, a história acontece em 24 horas e traça o reencontro de três amigos que dividiram a infância no Capão Redondo: Jaiminho, um jogador de futebol em ascensão no exterior; Pibe, um sacrificado corretor de imóveis e Macu, o jovem protagonista que se mantém no bairro, flertando com a criminalidade. O diretor de “Bróder”, Jeferson De, também virá ao festival.
Show do Otto
Para o encerramento dessa edição, o Festival Pachamama traz o show do cantor Otto, no dia 26 de novembro, a partir das 23 horas, no estacionamento da Usina de Arte. O pré-show fica por conta da banda acreana Caldo de Piaba e logo depois acontece mais uma edição da já tradicional Noite Latina, com as DJs Malu e Ângela. O ingresso será R$ 20 antecipado e R$ 30 na hora.
O cantor Otto vem se destacando no cenário nacional por ser um artista com influências de ritmos de todo o Brasil e por fundi-los com música eletrônica. É saudado como autor de um trabalho inventivo e estimulante, numa colagem de maracatu comdrum’n’bass, forró com rap. Otto, em sua obra musical, também dialoga com o cinema, tendo assinado a trilha sonora de diversos filmes. No Acre ele apresenta o álbum “Certa Manhã Acordei de Sonhos Intranquilos”.
