Menina de ouro

Conheça melhor a atleta acreana que faturou três ouros nas Paraolimpíadas Escolares

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A atleta Luana dos Santos, suas medalhas de ouro e seu pai, Benedito (Foto: Onides Queiroz)

Junto à superpremiada delegação do Acre que esteve em São Paulo para participar das Paraolimpíadas Escolares 2011, ela voltou esta semana como grande campeã: três medalhas de ouro – nos 100, 300 e 1.000 metros rasos. O nome da atleta? Tome nota: Luana Silva dos Santos.

Portadora de deficiência visual total desde os primeiros anos de vida, a velocista de 15 anos é  a grande aposta do Acre nas competições nacionais do paradesporto. Em seu desempenho na capital paulista, foi muito elogiada, inclusive pela atleta paraolímpica Terezinha Guilhermina, detentora de ouro, prata e bronze em Pequim 2008. A brasileira, que é campeã mundial, entusiasmada com as marcas e a determinação de Luana, aponta-a como sua sucessora no circuito internacional.

Luana, que há quatro anos treina três vezes por semana com seu instrutor Alcides e o guia Oto, não deixa por menos: “A viagem para mim não é lazer, é trabalho”, diz. O que para ela não é nenhum sacrifício, pois garante que ama o que faz. “Correr é a minha praia. Eu me sinto ótima.”

A menina demonstra positividade e força moral impressionantes, principalmente em se tratando de uma adolescente. Quem conversa com ela até se esquece de que está diante de alguém tão jovem, tamanha é a sua ética, sabedoria e humildade. Franqueza também: “Não gosto de quem me discrimina. Sou deficiente visual, mas não me considero doente. Eu me acho saudável. Sou feliz, eu me aceito e me sinto pra cima”. Ou seja: em palavras e ações, Luana dá um banho de autoestima e prova que esse é o caminho para a realização.

Mesmo na escola, não quer que os professores lhe passem deveres facilitados. Entretanto, a aluna do 9º ano da Escola Senador Adalberto Sena, em Rio Branco, sente muito a ausência de profissionais que conheçam o método braile. Afinal, Luana tem muita vontade de se aperfeiçoar em português, inglês e matemática, e a carência técnica tem representado um obstáculo em seu desenvolvimento.

E, como todo ser humano normal, a moça acalenta sonhos. Além de continuar estudando e correndo, quer casar e tornar-se mãe. “Acho que posso ter filhos, sim”, diz, com um quê de travessura no sorriso. Seja como for, ela cultiva a autonomia: lava roupa, lava louça. Só? Não. Também seca e guarda.

Diante de tanta superação, não é de se estranhar que Luana conte com uma família emocionalmente bem estruturada. Benedito, o pai, Elane, a mãe, e o irmão Lucas dão-lhe todo o suporte de que necessita. Assim, em cada mostra de superação, Luana brilha e espalha a esperança por onde passa. Enche os nossos olhos d’água. E o coração dos acreanos de orgulho.

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