Durante o ano de 2014, a Central Estadual de Transplantes do Hospital das Clínicas (HC) de Rio Branco recebeu 59 notificações para potenciais doadores de órgãos, mas somente cinco foram efetivadas, de acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) sobre o número de doações de órgãos e transplantes realizados no Brasil, durante o período.
O Acre tem avançado na área de transplantes. Em 2014, o estado foi habilitado pelo Ministério da Saúde (MS) para realizar transplantes de fígado, e quatro pacientes foram beneficiados com o procedimento, mas ainda enfrenta uma grande barreira: a recusa da família de potenciais doadores. A taxa de não autorização familiar para o estado é bastante elevada (73%).
“Muitas pessoas ainda não perceberam o valor que uma doação tem e o quanto ela pode ajudar a salvar uma vida”, explicou a coordenadora da Central Estadual de Transplantes, Regiane Ferrari.
Embora o estado apresente boa taxa de notificação (80,4%), houve um decréscimo de 28% em relação a 2013. O levantamento também aponta que o Acre aparece em 2º lugar com maior número de potenciais doadores (pessoa com diagnóstico confirmado de morte encefálica) por milhão de pessoas (pmp), entre os estados brasileiros, mas em relação às doações efetivadas, o estado cai para 13º lugar, com 6,8 doadores pmp.
“Algumas pessoas acreditam que o parente vai acordar, outras acham que o falecido vai sofrer mais ainda se seus órgãos forem retirados e a maior parte não sabe se era desejo em vida da pessoa doar os órgãos ou não. Esses são os fatores que mais dificultam a efetivação da doação”, explicou Regiane.
Foram realizados 25 transplantes de córnea, quatro de fígado e oito de rins em 2014. 60% dos doadores eram do sexo masculino e 38% tiveram como causa da morte traumatismo cranioencefálico.