Evento desperta para novas formas de tratamento, sem exclusão social, acolhendo e respeitando a dignidade de cada paciente
Com o tema “Cuidar sim, excluir não”, foram realizadas no "Senadinho" nesta quarta-feira, 18, as atividades alusivas ao Dia Nacional da Luta Antimanicomial, promovidas pela Coordenação Estadual de Saúde Mental, Associação dos Pacientes e Amigos de Saúde Mental (Apasama) e Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas (CAPS AD).
Participaram do evento representantes das instituições responsáveis pela área de saúde mental do Estado e município de Rio Branco: DABS, Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas (DAPE) e o público em geral.
No início das atividades, o psicólogo do Hospital de Saúde Mental (Hosmac), Fabiano Guimarães de Carvalho, coordenador do Projeto Arte de Ser (terapia de expressão através da arte), destacou que “o acontecimento tem o objetivo de despertar a sociedade para uma mudança real e abrangente no tratamento dos pacientes portadores de transtornos mentais”.
Segundo Carvalho, a expectativa é de que a Lei 10.216, sancionada em 2001 e que regulamenta as internações psiquiátricas, “seja colocada em prática, para que o paciente tenha acesso a um tratamento humanizado, sem exclusão social, essencial para obter resultados positivos”.
Fabiano disse que a família é o alicerce, o eixo principal para alavancar o sucesso do tratamento e que a internação só é indicada em casos de crise aguda. "Em casos com menos gravidade, o encaminhamento deve ser feito ao CAPS AD.”
Para a coordenadora do Programa Estadual de Saúde Mental, Ximena Catalan Pavez, a expectativa é de conscientização e mobilização das pessoas que têm relação direta com doenças provenientes do álcool e drogas no que se refere à necessidade de se identificar com a problemática e assumir um papel protagônico em defesa da política de saúde mental preconizada pela Lei 10.216”.
A paciente Renisbrine Souza Nascimento, que há mais de dois anos lida com a depressão, declarou que no manicômio não é possível haver cura. "É uma luta constante, uma guerra mesmo, que pode acontecer com qualquer um. O paciente precisa ser acolhido, respeitado e receber carinho e afeto.”
Os usuários participantes do grupo Arte de Ser proporcionaram oficina terapêutica, atividades de expressão artística teatral e pinturas, varal de fotos e distribuição de material informativo sobre saúde mental por meio do CAPS AD e APASAMA.