Encontro será realizado na próxima quarta-feira, 18, na Fieac; meta é definir ações para impulsionar a área
Representantes do governo do Estado se reúnem nesta quarta-feira, 18, na Federação das Indústrias do Acre (Fieac), com empresários filiados ao Sindicato das Indústrias de Produtos Alimentares do Acre (Sinpal) para discutir ações que possam garantir o aquecimento do setor.
Os empresários acreanos reclamam, entre outras coisas, que estão sendo prejudicados pelo atual modelo de licitações para as compras de produtos alimentares, que segundo eles beneficia empresas de outros Estados e os chamados “pasteiros”.
O secretário de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio, Serviços, Ciência e Tecnologia, Edvaldo Magalhães, vem realizando uma série de reuniões com empresários para discutir alternativas para melhorias do setor.
“A pedido do governador Tião Viana, estamos nos reunindo com os empresários das indústrias de alimentos, ouvindo as reclamações e reivindicações de cada um. Agora nesse encontro queremos discutir o modelo e a estratégia para as compras governamentais, evitando que continuem sendo prejudicados”, destacou.
Em março, Edvaldo Magalhães se reuniu com empresários de Rio Branco, Brasileia e Senador Guiomard. Na oportunidade eles apresentaram várias reivindicações e reclamações, afirmando que estão sendo prejudicados com a “concorrência desleal” nas licitações dos órgãos públicos. Participam do encontro representantes da Secretaria de Estado de Educação, Secretaria de Saúde, Iapen, Instituto Socioeducativo, Secretaria de Gestão e CPL.
Dificuldades e prejuízos
Para os empresários, o governo pode garantir uma proteção às empresas do Estado, evitando assim que empresários de outros Estados continuem sendo beneficiados. “Muitos empresários estão enfrentando muitas dificuldades para continuar com suas indústrias. Nós geramos empregos e renda para aqui no Acre, mas os empresários de outros Estados são beneficiados”, desabafou o empresário Thomás Solito.
Dono de uma indústria de macarrão, ele já chegou a ter 25 funcionários, mas hoje tem apenas três. Sua produção, que já foi de 4,5 mil quilos por mês, agora está em 1,2 mil. “Nossas indústrias têm produtos de qualidade e com um preço competitivo, mas acabamos sendo prejudicados. Aqueles que ganham as licitações oferecem um preço baixo, porém, nem sempre garantem a entrega da mercadoria e pedem realimento. Precisamos do apoio do governo para continuar sobrevivendo”, completou.
Cláudio Almeida atua no ramo do charque em Rio Branco. Ele afirma que as facilidades para os empresários "de fora" atrapalham os acreanos e impedem o crescimento das indústrias no Estado.
“Queremos apoio para continuar trabalhando. Nossos produtos têm qualidade e geramos empregos para milhares de famílias aqui do nosso Estado. Então, nada mais justo que contarmos com apoio nas licitações”, afirmou.
O presidente do Sinpal, José Luiz Assis Felício, também reclama do atual modelo das licitações. Para ele, o governo precisa encontrar uma forma de proteger as indústrias acreanas, evitando que empresários de outros Estados venham ao Acre apenas ganhar licitações.