Campanha tem início na próxima segunda-feira, 25, e vai imunizar contra a gripe pessoas com 60 anos ou mais, gestantes, crianças de seis meses a dois anos, trabalhadores em saúde e população indígena
Uma das principais intervenções preventivas em saúde pública é a vacinação. Com o objetivo de reduzir os números de internações e a morbimortalidade causadas pelo vírus da influenza, o governo federal, em parceria com os governos estaduais e municipais, realiza todos os anos a Campanha de Vacinação Contra o Vírus Influenza para as pessoas acima de 60 anos de idade, por serem consideradas as mais vulneráveis.
Este ano, a campanha contra a gripe apresenta uma novidade. A vacina será trivalente e imunizará contra a influenza, além das pessoas com mais de 60 anos, as crianças a partir de seis meses até dois anos de idade, os trabalhadores das Unidades de Saúde, as gestantes e a população indígena.
“Vacinação para quem precisa de mais proteção. Um direito assegurado pelo SUS” é o slogan da campanha 2011 que começa na próxima segunda-feira, 25, e termina no dia 13 de maio, com ações que mobilizam as secretarias estaduais e municipais de Saúde e o Ministério da Saúde (MS). O dia “D” para a mobilização nacional será dia 30 de abril. No Acre, o governo do Estado começa oficialmente a Campanha Estadual de Vacinação 2011 no dia 25 de abril.
O lançamento será realizado pela secretária de Estado de Saúde, Suely Melo, no auditório da Sesacre, às 10 horas. Durante a campanha estadual estarão mobilizados 400 profissionais. Também haverá 291 postos fixos e móveis e 123 transportes, entre carros, motos, barcos e outros, para atenderem a população que deve ser vacinada. O Estado já recebeu 119.230 doses da vacina contra Influenza e 109 mil já foram distribuídas entre os municípios acreanos.
De acordo com a gerente da Divisão de Imunização e Rede de Frios, Maria Auxiliadora de Holanda, no Acre, a meta prevista é a vacinação de no mínimo 80% da população alvo. São 87.268 pessoas que estão dentro dos grupos prioritários. Em 2010, o Acre foi um dos Estados brasileiros que alcançou a melhor cobertura vacinal – 86% -, ficando em terceiro lugar no ranking de vacinação do país.
“Este ano, além dos idosos, estaremos imunizando mais quatro grupos – as gestantes, os trabalhadores em saúde, as crianças maiores de seis meses e menores de dois anos e os indígenas, o equivalente a 109.084 pessoas. Nosso objetivo é imunizar no mínimo 80% desse público”, disse Holanda.
Auxiliadora informa que os trabalhadores em saúde eleitos para receber a vacinação são aqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde, cuja ausência compromete o desenvolvimento dos serviços de saúde.
“Vamos priorizar os trabalhadores que atuam na recepção do atendimento, na investigação de casos de infecções respiratórias, como, por exemplo, os que trabalham na atenção básica, no serviço de pronto atendimento, ambulatório e leitos de internações das diversas clínicas, os agentes de endemias, além de outros.”
Segundo a gerente, apesar de a Influenza ser considerada por muitos uma doença benigna, pode causar efeitos devastadores na população de um país. “Por isso, o controle dessa doença exige uma vigilância qualificada, somando-se às ações de imunizações anuais.”
A vacinação desses grupos é considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) uma efetiva estratégia de prevenção para redução da ocorrência da doença, internações e óbitos ocasionados pelo vírus da Influenza.
Estudos demonstram que a vacinação pode reduzir entre 32% e 45% o número de hospitalizações por pneumonias e de 39% e 75% da mortalidade global. Entre os idosos que residem em casas de repouso, a vacina pode reduzir em aproximadamente 60% os riscos de pneumonia e de 50% a 68% os casos de hospitalização e morte, respectivamente. Além disso, a pesquisa aponta uma redução de mais de 50% nos casos de doenças relacionadas à Influenza.
Sobre o vírus Influenza
Infecção viral que afeta o sistema respiratório, mais precisamente o nariz, a garganta e os brônquios. O contágio ocorre de forma direta, por meio das secreções das vias respiratórias quando uma pessoa contaminada espirra, fala ou tosse, e também de forma indireta (pelas mãos). Após contato com superfícies recém-contaminadas, a pessoa pode levar o agente direto à boca, aos olhos e ao nariz. Os vírus Influenza subdividem-se em três tipos: A, B e C, de acordo com sua diversidade antigênica, podendo sofrer mutações. Apenas os dois primeiros causam doença com impacto relevante à saúde pública, sendo o tipo B o principal responsável pelas epidemias mais graves.
Segundo a OMS, durante as epidemias anuais, a taxa de ataque é de 5 a 10% na população adulta e de 20 a 30% nas crianças. A Influenza é uma enfermidade altamente contagiosa, disseminando-se rapidamente nas épocas epidêmicas e o vírus circula em aglomerações: escolas, shoppings, supermercados e transportes coletivos. O período de transmissão é de 1 a 2 dias antes do aparecimento dos sintomas e até 7 dias depois.
A Vacina
A vacina é a melhor tecnologia disponível para a prevenção da Influenza e suas consequências, proporcionando redução da morbidade, diminuição do absenteísmo no trabalho e dos gastos com medicamentos para tratamento de infecções secundárias. Constituída por vírus inativados (mortos), a vacina contra a Influenza é segura e não causa a doença, mas, como nas demais vacinas, alguns eventos adversos podem surgir, como febre baixa e reações locais (dor, endurecimento e vermelhidão). Raramente podem ocorrer coriza, vômitos e dores musculares.
Contra-indicações
Pessoas que apresentem alergia grave ao ovo de galinha (choque anafilático) e que já desenvolveram a Síndrome de Guilian-Barré (enfermidade rara, na qual o organismo perde células do sistema nervoso, resultando em flacidez muscular e paralisias) não devem tomar a vacina.