Governo do Estado leva líderes comunitários para conhecer processo de reciclagem de lixo na capital

Ação foi liderada pela Secretaria de Pequenos Negócios, com perspectiva a futuros negócios a partir de matérias recicláveis

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Grupo de mais de 20 líderes comunitários de Rio Branco foi convidado a conhecer o processo de reciclagem de lixo (Foto: Gleilson Miranda)

Um grupo de mais de 20 líderes comunitários de Rio Branco foi convidado a conhecer o processo de reciclagem de lixo, em especial o de plástico. O convite foi feito pelo secretário de Pequenos Negócios, José Carlos Reis, que desenvolve projetos para o incentivo à cadeia produtiva da reciclagem. Os líderes conheceram a empresa Plasacre, instalada há seis meses no Distrito Industrial, e a Unidade de Tratamento de Resíduos Sólidos (Utre) da prefeitura de Rio Branco, localizada no quilômetro 22 da BR-364.

A Plasacre foi a primeira parada da visita. O proprietário, Eder Paulo dos Santos, mostrou ao grupo como a empresa funciona e como é o processo de reciclagem. Sua empresa está produzindo tubos de PVC e para instalação elétrica, mas ainda está em fase de instalação. Na fase que está, gera 110 empregos diretos, mas só opera até o momento com cerca de 30% de sua capacidade total. A partir de maio, a empresa começa a produzir peças de plástico injetado, como cadeiras plásticas, telhas, forros de PVC, revestimentos para ambientes e mourões para cerca. “Há alguns produtos que vamos iniciar agora que são únicos no Brasil, ou seja, são inovações que estamos iniciando aqui e que iremos fornecer para o mercado interno e o restante do país”, contou Eder.

Entre os produtos citados por ele estão o mourão para cerca e os revestimentos para interiores que se assemelham a tábuas de madeira. Todos são fabricados agregando outro material abundante no Estado, que é o pó-de-serra, um resíduo da indústria madeireira e moveleira que não era reutilizado em nenhum processo produtivo.

Quando estiver em sua capacidade total de funcionamento, a indústria deve gerar cerca de 250 empregos diretos e um número várias vezes maior de empregos indiretos. Mas precisará de 250 toneladas de plásticos e mais 150 toneladas de pó-de-serra. Por enquanto, a produção de plástico reciclado em Rio Branco não atende às necessidades da empresa. É aí que entram as lideranças comunitárias.

A Secretaria de Pequenos Negócios quer fazer essa cadeia produtiva funcionar garantindo emprego e renda em diversos setores da sociedade. A matéria-prima para a Plasacre deve ser fornecida por cooperativas de catadores de materiais recicláveis, como a Catar, que já atua na capital com o apoio da prefeitura de Rio Branco e do governo do Estado.

“O movimento comunitário é uma peça importante dentro desse processo de reciclagem que estamos desenvolvendo. Queremos motivar a coleta seletiva nos bairros da capital e, portanto, temos que ter os presidentes de associações de bairros, os gestores de escolas e creches e outros líderes comunitários como nossos parceiros e motivadores da sociedade”, afirmou José Carlos Reis.

O secretário quer que as cooperativas se organizem nos bairros e recebam o apoio das comunidades, possibilitando, assim, a geração de empregos e renda e a redução dos impactos ambientais gerados a partir do lixo que vai in natura para os córregos e demais mananciais de água, por exemplo.

 

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A Plasacre foi a primeira parada da visita. O proprietário, Eder Paulo dos Santos, mostrou ao grupo como a empresa funciona e como é o processo de reciclagem (Foto: Gleilson Miranda)

 

A segunda visita foi à Utre. Inicialmente, os líderes comunitários assistiram a uma palestra sobre a unidade e, em seguida, conheceram todo o complexo, que vai desde o recebimento e pesagem dos caminhões de lixo até o aterro sanitário, compostagem e a seleção de recicláveis. Este último ponto da visita foi o que mais interessou. Ali, foi apresentado o trabalho desenvolvido pelo Catar e também pela Plasacre, que mantém uma unidade de coleta de plástico no local. São dezenas de homens e mulheres que atuam na separação manual do lixo. O plástico retirado é empacotado e levado à sede da indústria para a reciclagem.Os demais produtos recicláveis, como o alumínio, o ferro, o vidro e o papel, são também empacotados e despachados para outras indústrias fora do Acre que também trabalham com reciclagem.

De acordo com Fabiana Campelo, uma das diretoras da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semsur), que administra a Utre, apenas uma pequena parte do lixo que chega nos caminhões é separada. “Não temos capacidade para separar todo o lixo que chega aqui, por isso acabamos por acomodar todo ele no aterro. Isso poderia ser evitado se houvesse a coleta seletiva”, afirmou.

Um dos que participou da visita é o presidente da União das Associações de Moradores de Rio Branco (Umarb), Gilson Albuquerque. Ele disse que a iniciativa do secretário José Carlos Reis é importante para a sensibilização da sociedade pela reciclagem de lixo e que é fundamental que todas as lideranças comunitárias tenham a oportunidade de conhecer como é o processo de reciclagem. “A partir dessa visita, eles podem levar para suas comunidades um pouco das informações que tiveram aqui e poderão conversar com os moradores para que se inicie um trabalho de separação do lixo domiciliar”, afirmou. “Quem tem a ganhar com isso é a população e a cidade, pois é comum a gente ver por aí algumas regiões da cidade alagadas devido ao lixo domiciliar, principalmente as garrafas PET e outros que acabam obstruindo as entradas dos bueiros e impedindo o escoamento da água.”

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