Fortalecimento da piscicultura é uma das bases do governo Tião Viana
Há três anos, Paulo Pernambuco, comerciante que fechou as portas para trabalhar num pedaço de terra de 120 hectares, começou a construir, um a um, cinco açudes na sua propriedade. Nada de tratores para ajudar na tarefa. Eles foram construídos no esforço braçal com a ajuda de um carrinho de mão para a retirada da terra. Hoje, Pernambuco cria piau e curimatã e deve faturar este ano, líquidos, R$ 70 mil com a venda dos peixes. Cada quilo custa R$ 9.
O produtor familiar é um exemplo de como o esforço e a dedicação podem render bons frutos numa propriedade rural. “Eu aprendi tudo sozinho, na lida diária. Depois de certo tempo participei de um curso oferecido pelo Instituto Dom Moacyr que me deu algumas técnicas novas”, afirmou.
Paulo tem o perfil que se encaixa numa das bases de atuação do governo dentro da produção familiar: a piscicultura. “O peixe é o futuro do Acre. Nós vamos investir muito na abertura de açudes, em rações, em frigoríficos. Nossa meta é fortalecer a cadeia produtiva do peixe e exportá-lo para outros Estados. O Paulo Pernambuco tem tudo para ser o maior piscicultor da região do Juruá”, disse o governador Tião Viana.
O pirarucu e o surubim, duas espécies amazônicas valorizadas no mercado nacional, devem fazer parte da criação de Paulo. “Vamos trazer a técnica para a criação em cativeiro desses peixes. Em Brasília, um quilo de surubim custa mais de 30 reais. Vamos produzir aqui e vender para lá. O mercado do peixe vai crescer e temos que estar preparados para isso. Vamos fazer uma revolução. O Acre vai ser produtor e exportador de peixe para o Brasil e para isso teremos duas indústrias pesqueiras – uma no Juruá e outra no Vale do Acre”, disse o governador.
A propriedade de Pernambuco fica no quilômetro 32 da estrada de Rodrigues Alves. Além do peixe, ele também cultiva limão e laranja. Os mil limoeiros e as mil laranjeiras são responsáveis pela renda mensal que garante o sustento da propriedade.
O governo do Estado já anunciou a construção de cinco mil tanques para a criação de peixes no Juruá. Quem quiser investir no negócio encontra no Banco da Amazônia um parceiro. Este ano os recursos disponíveis para financiamento beiram os R$ 300 milhões. Já estão disponíveis no banco mais de R$ 60 milhões em negócios da piscicultura.