Secretaria de Meio Ambiente aponta avanços da Gestão de Riscos Ambientais

Unidade de Situação: aqui são monitorados os eventos hidrometeorológicos do Estado, que podem causar secas intensas ou mesmo enchentes repentinas, como as de Tarauacá (Foto: Diego Gurgel/Secom)
Unidade de Situação: aqui são monitorados os eventos hidrometeorológicos do Estado, que podem causar secas intensas ou mesmo enchentes repentinas, como as de Tarauacá (Foto: Diego Gurgel/Secom)

Alterações climáticas estão ocorrendo globalmente, e referem-se tanto a processos naturais como aos decorrentes da ação humana sobre a paisagem, uso da terra e recursos, acentuando as secas ou mesmo alterando o padrão de chuvas.

No caso específico dos estados amazônicos, esse quadro promove variabilidade nos níveis dos rios, com situações de inundações que ocorrem de forma rápida e inesperada, colocando em risco as populações urbanas e ribeirinhas residentes em áreas situadas nas planícies de inundação dos rios.

Nesse contexto, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) e a Agência Nacional de Águas (ANA) estabeleceram, nos últimos anos, uma parceria que permitiu implantar em Rio Branco a Unidade de Situação de Monitoramento de Eventos Hidrometeorológicos, ou centro operacional de resposta a eventos extremos.

O objetivo é identificar, por meio do monitoramento diário de tempo, o clima, os níveis dos principais rios e os focos de calor em todo o território do Acre, entre outras atividades.

O estado também tem recebido das instituições externas, como Sipam, CPRM, Inpe, GIZ e outros, colaborações significativas visando o preparo necessário ao enfrentamento de eventos extremos. No entanto, é preciso salientar que desastres naturais não podem ser impedidos, apenas minimizados dentro de uma gestão articulada e efetiva, que procure evitar danos à vida humana e aos patrimônios.

Plataformas de Coletas de Dados

O sistema de monitoramento conta com 33 Plataformas de Coletas de Dados – PCDs (em fase final de instalação), que permitem a coleta de dados de nível dos rios, chuva e cálculo de vazão, a cada 15 minutos, por meio de satélite, facilitando comunicar as possibilidades de riscos às instituições de resposta, como Defesa Civil e Corpo de Bombeiros.

Considerando o tempo para as adequações da Unidade de Situação em termos de equipamentos, geotecnologias e treinamento de equipe técnica, apenas em 2014 foram iniciadas as atividades de instalações das plataformas no oeste do estado (Tarauacá, Feijó, Mâncio Lima, Cruzeiro do Sul, Porto Walter, Jordão e Marechal Thaumaturgo), cujos níveis de alerta também não foram definidos.

A Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros do estado do Acre também participam do processo de monitoramento contínuo a partir dos dados obtidos nas PCDs, a partir dos quais elaboram um relatório diário de acompanhamento, utilizando os dados de chuva diária e acumulada, bem como do nível dos rios, o que lhes permite a tomada de decisão nos momentos de criticidade.

A enchente em Tarauacá

Para Vera Reis, diretora-executiva da Sema, estudos internamente desenvolvidos têm permitido definir as condições meteorológicas do estado, por meio das análises de dados do hidroestimador (Inpe/CPTEC), como pode ser observado nas figuras 1 e 2 para a região de Tarauacá.

“No entanto, afirmar o que esse volume de chuva pode significar em termos de tempo de caminhamento das águas até as áreas recém-afetadas pelas inundações seria irresponsável, uma vez que não temos ainda os especialistas necessários na equipe, além de ser imprescindível uma série histórica significativa para viabilizar as previsões tão esperadas quanto necessárias”, conclui Vera Reis.

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