IDAF faz parcerias para enfrentar a lagarta mandarová no vale do Juruá

Pesquisadores identificaram 2010 como o ano do ataque da lagarta que já ocorreu em várias regiões do Estado

 

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Mandarová destroi plantações de mandioca em várias regiões do Estado. Técnicos discutem meios de vetar a infestação da lagarta (Fotos: Onofre Brito/Secom)

O Instituto de Defesa Agroflorestal do Acre (IDAF) reuniu equipes da Seaprof e secretarias municipais de Agricultura dos municípios de Cruzeiro do Sul, Rodrigues Alves e Mâncio Lima, além dos sindicatos de trabalhadores rurais e associações da região, visando dar um alerta e iniciar um período de mais intensa observação no sentido de prevenir uma nova edição da praga da mandarová, a lagarta que destrói as plantações de mandioca, causando enormes prejuízos à economia da região.

Segundo Marcos Pereira, gerente do Idaf em Cruzeiro do Sul, a Ufac está monitorando a região e existe indicação de que este ano (e início de 2011) é o ano do ataque, repetindo o que aconteceu em 2007, quando a praga dizimou muitos roçados. Por este motivo, o governador Binho Marques determinou que convocasse todas as entidades que trabalham com o homem do campo para reunir, conversar e dividir as responsabilidades no combate à mandarová. A mandarová já ocorreu no Alto Envira, comunidade Curralinho e na região de Cruzeiro do Sul no ramal da Mariana 2 e na Vila Santa Rosa.

O Idaf adquiriu 27 armadilhas luminosas, utilizadas nos maiores centros de produção de mandioca, como o Estado do Paraná e que, comprovadamente, tem eficácia verificada no campo, tanto no monitoramento quanto no controle da praga. Como se sabe a mandarová nasce de uma ova colocada por determinado tipo de mariposa. As armadilhas atraem as mariposas, que ficam presas em uma rede. Elas podem atrair mariposas em áreas de até 500 hectares, segundo a engenheira agrônoma do iDAF, Ligiane Amorim. Ela sugeriu um parâmetro: se numa noite forem capturadas 50 mariposas da mandarová, o alerta deve ser dado.

Além da importância para o monitoramento, a armadilha também serve para controle, pois cada mariposa fêmea tirada de circulação evita que de 500 a 1.800 novas lagartas invadam a plantação. As armadilhas serão distribuídas nos locais que já denotam a presença da lagarta.

O Idaf tem um pequeno estoque de baculovírus, um vírus que contamina e mata a mandarová nos primeiros dias. O órgão, segundo Marcos, vai procurar aumentar o estoque e também do Dipel que é um produto comercial mas também de efeito biológico. Segundo disse, a praga costuma aparecer de forma mais séria de três em três ou de quatro em quatro anos e neste ano, com o verão muito forte e altas temperaturas, o ambiente está mais propicio a uma forte eclosão.  

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Cruzeiro do Sul, João Silva Nascimento (Todo Feio) recorda que a produção de farinha de mandioca tem caído nos últimos anos e se a mandarová vier a atacar será um aperto muito grande. "Fica chato até por uma questão de sobrevivência. Vamos fazer esta parceria e tentar prever para que o prejuízo seja menor" disse. Somente em Cruzeiro do Sul existem cerca de 10 mil roçados de mandioca.

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