Prezar pelo ensino e pela aprendizagem é fundamental para o desenvolvimento de qualquer sociedade. Esse cuidado com educadores e alunos deve ir além das zonas urbanas, atingindo os locais mais distantes dos grandes centros ou que têm acesso dificultado pela localização ou pelas estações do ano.
Tendo em mente a importância de atender a zona rural e as comunidades de difícil acesso do Acre, o governo do Estado, nos últimos 15 anos, vem inovando esse tipo de atendimento por meio da Secretaria de Estado de Educação e Esporte (SEE) e do programa Asas da Florestania.
Início do Asas da Florestania
O contexto da educação rural no Estado estava reduzido ao atendimento multisseriado de 1º ao 5º ano, sem continuidade de estudo para os alunos. O desafio era expandir o atendimento, assumindo um compromisso com as comunidades rurais para ofertar a escolarização nas áreas de difícil acesso.
Foi então que a SEE, em parceria com a Fundação Roberto Marinho, estruturou os módulos do que viria a ser o programa Asas da Florestania, criado e implementado em 2005, com atendimento inicial voltado para 367 alunos de ensino fundamental em sete municípios.
E há nove anos o programa, seguindo as Diretrizes e Referenciais Curriculares Nacionais, trabalha com metodologia e materiais pedagógicos específicos, adequando as aulas e os atendimentos às realidades das comunidades e das famílias atendidas pela ação educacional.
Evolução do atendimento
Inicialmente, o Asas ofertou o ensino fundamental em 2005 para os alunos egressos do 5º ano das classes multisseriadas, abrangendo sete municípios e beneficiando mais de 300 alunos acreanos, a princípio sendo um corretor da distorção idade-série. Em 2008, com as conclusões das primeiras turmas, ampliou-se a oferta para o ensino médio, que busca, em um período de três anos, concluir a educação básica de jovens e adultos.
Desde sua expansão, como aponta a coordenadora do ensino rural na SEE, Francisca das Chagas Souza Silva, o Acre vem elevando seus indicadores educacionais por meio dessas políticas que buscam, acima de tudo, resgatar e elevar a autoestima das populações rurais.
Comunidade Santa Rita de Cássia
Localizada em Plácido de Castro, com mais de 200 moradores, a comunidade Santa Rita de Cássia procura incentivar seus jovens para o processo educacional desde 1993, ano de inauguração da Escola Estadual Rural de Ensino Fundamental e Médio Santa Rita de Cássia.
A instituição aderiu ao Asas da Florestania em 2007, e até o ano passado atendeu cerca de 500 alunos. Atualmente, possui um total de 45 alunos, entre os quais 34 são estudantes do Asas, distribuídos em turmas nos turnos da manhã e da tarde.
“Existem alunos que enfrentam distâncias consideráveis para estar aqui todos os dias, e esse esforço contribui para que eles apreciem mais as atividades escolares. O envolvimento da comunidade é muito forte, tendo pais de alunos realmente interessados na vida escolar de seus filhos”, relata a professora Maria Antonieta Ferreira Soares.
Alunos querem auxiliar sua comunidade
Wemerson Benedito de Almeida e Jéssika Alexandra são alunos do ensino médio e pretendem ajudar as comunidades em que nasceram. “Gosto muito de crianças, e ensiná-las será muito bom para mostrar a importância da educação e como ela pode mudar a vida de todos para melhor”, apontou a estudante.
