Decisão da família na doação pode salvar vidas

Cerca de 170 transplantes já foram realizados no Acre (Foto: Arquivo Sesacre)
Cerca de 170 transplantes já foram realizados no Acre (Foto: Arquivo Sesacre)

“Passei por momentos difíceis, mas venci quando recebi o fígado de um doador. Hoje posso dizer que tenho duas datas de aniversário, a do meu nascimento e a do dia em que fiz o transplante que salvou a minha vida”, relembra Antônia Nunes, que fez um transplante de fígado em 2011.

Para que esse tipo de favorecimento possa ocorrer, a família precisa estar sensibilizada e autorizar a doação, no caso de uma morte encefálica de um parente. O gesto pode transformar a dor da perda em esperança de vida.

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferta a doação de órgãos em vários estados brasileiros. No Acre, a Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO/Acre), que funciona no Hospital das Clínicas (HC) de Rio Branco, foi implantada em 2006 e trabalha 24 horas por dia para identificar possíveis doadores por morte encefálica. Desde então, já foram realizados 170 transplantes; destes, 54 foram de rim, 115 de córnea e um de fígado.

“Essas cirurgias têm custo bastante elevado. Um transplante de rim, por exemplo, custa cerca de R$ 22 mil e um de fígado R$ 60 mil, porém, tudo é oferecido pela rede pública de saúde. Com o transplante de fígado, o Acre agora é um dos pioneiros da Região Norte”, destaca a coordenadora da Central, Regiane Ferrari.

Regiane diz que a CNCDO gerencia o Cadastro Estadual de Transplantes, a fim de emitir a lista de receptores para o laboratório, que fica em Goiânia, onde é feito o exame HLA (antígeno leucocitário humano). “O exame é importante, pois identifica a compatibilidade do doador com o receptor. Caso o órgão seja compatível com o receptor, o transplante é autorizado”, explica.

Novo desafio

Com a realização dos transplantes de rim, de córnea e, agora, de fígado, o Acre torna-se uma referência em transplantes de órgãos da Região Norte. O transplante de fígado foi um marco histórico e o próximo passo agora é trabalhar para habilitar o Estado a realizar também o de coração, afirma Regiane.

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