Convite foi feito pelo Deputado Paulo Delgado de Minas Gerais
Em 1998, o Acre registrava 34 alunos especiais no ensino regular. Dez anos depois, com a política de inclusão social desenvolvida pelo Governo do Estado, através da Secretaria de Estado de Educação, este número aumentou para 3.500. Em decorrência desse trabalho, a coordenadora da Educação Especial no Estado, Claudia De Paoli, foi convidada pelo deputado federal Paulo Delgado (PT-Minas Gerais) para compartilhar as experiências vivenciadas no Acre por esta modalidade de ensino na Câmara de Deputados Federais, em Brasília, na última terça-feira, 06 de abril.
Na plenária, participaram professores universitários, movimentos sociais pela defesa das pessoas com síndrome de down e representantes do MEC. Claudia De Paoli, junto com o responsável pelo Ensino Especial do Rio Grande do Norte, dialogou sobre o funcionamento das salas de recursos, acompanhamento domiciliar, formação continuada de professores, projeto arquitetônico e acompanhamento/monitoramento dos profissionais desta área, além de terem feito reflexões sobre políticas públicas em andamento voltadas à defesa dos direitos da pessoa com deficiência.
A Educação Especial no Acre tem trabalhado em parceria com as outras modalidades de ensino. Nos meses de fevereiro e março, aconteceu a décima etapa do Curso de Formação Intercultural de Professores Indígenas, onde foram oferecidas capacitações de orientação sobre o conceito das deficiências, formas de utilização das salas de recurso e definição das possíveis deficiências.
Para a professora Dulcilene Farias, é um desafio prazeroso trabalhar com esta modalidade de ensino. "Realizo-me como educadora quando vejo as crianças aprendendo a ler e descobrindo o mundo, mesmo com todas as dificuldades que enfrentam. Na sala de recursos conseguimos acompanhar com maior atenção o desenvolvimento cognitivo, visual e de coordenação motora dos alunos", declara a professora que trabalha há sete anos com ensino especial.
O Estado do Acre forneceu este ano, 6460 livros didáticos e 5700 softwares que serão divididos entre as instituições de ensino da rede pública. De acordo com De Paoli, nesses últimos 10 anos, o compromisso e a seriedade da Secretaria de Estado de Educação contribuíram para que os alunos com deficiência tivessem acesso à escola regular e pública. "Temos um programa de capacitação continuada direcionada aos professores que atuam nas salas de recursos multifuncionais, que abordam áreas como tecnologia assistiva, língua portuguesa para surdo, braile, sorobã, orientação/mobilidade, entre outros", explica.
O Estado possui 189 escolas funcionando com salas de recurso, através de materiais pedagógicos e de acessibilidade utilizados para o Atendimento Educacional Especializado (AEE), complementar ou suplementar à escolarização. Uma das ações que tem colocado o Acre como destaque nesta modalidade de ensino tem sido a oferta de atendimento domiciliar, que já atua com alunos de 12 escolas do Estado atendendo os estudantes com necessidades educacionais específicas que estão temporariamente impossibilitados de freqüentar a escola.