Binho fala sobre avanços para o Acre durante Conferência sobre o Clima em Copenhague

Governador ressalta compromisso do Governo na busca de parceiros comprometidos com a inclusão social e preservação da floresta

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Nos estúdios da Difusora, equipe de jornalistas realizou entrevista com o Governador (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

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Em Copenhague, Governador apresentou políticas ambientais do Acre em seminário bastante concorrido (Foto: Agência de Notícias do Acre)

"A floresta pode significar uma entrada de muitos recursos no Acre", foi o que afirmou o Governador Binho Marques na manhã desta quinta-feira, 17, direto de Copenhague, durante entrevista coletiva por telefone transmitida em cadeia pelas Rádios Difusora Acreana e Aldeia FM para o Acre. Dos estúdios da Difusora, o apresentador do programa Gente em Debate, Júnior César, comandou a equipe de jornalistas composta por Nelson Liano (A Gazeta), Rutemberg Crispim (A Gazeta.net), Jota Guimarães (TV5), Sâmia Roberta (TV Aldeia) e Márcio Bleiner (Rádio Aldeia), que fizeram perguntas ao governador a respeito da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, COP-15.

Segundo Binho Marques, o Acre tem chamado a atenção de pesquisadores e investidores de diferentes partes do mundo pelo modelo de desenvolvimento sustentável que apresenta uma experiência real de como aliar crescimento com preservação da floresta e inclusão social. "O nosso estado tem uma história. E o que propomos nós já estamos fazendo. Eu tenho participado de muitas reuniões, tenho recebido muitos convites para eventos importantes. A apresentação do Acre (realizada em um dos principais pavilhões da COP-15)  foi extremamente concorrida", disse o governador.

Para o governador, o encontro na Dinamarca é uma oportunidade para encontrar novos parceiros comprometidos com a causa ambiental e social do planeta e que estejam dispostos a ajudar na política de desenvolvimento sustentável do Acre. "Nossa preocupação aqui não é o negócio. É fazer com que a gente possa garantir a floresta em pé, fazendo com que os recursos cheguem à população, aos povos da floresta, seringueiros, índios, ribeirinhos, para que todos possam viver na floresta. Nós estamos tomando todo o cuidado para não assumir nenhuma medida precipitada. Estamos à procura dos parceiros certos, pessoas que se identifiquem com a nossa causa de inclusão social", disse.

Em Copenhague, Binho Marques apresentou exemplos práticos de como o Acre promove a geração de renda, o desenvolvimento, fortalecendo a cadeia extrativista e a manutenção dos recursos naturais. É o caso da fábrica de preservativos Natex, única no mundo a usar látex nativo; e a fábrica de piso, que comercializa para o Brasil e o mundo seus produtos feitos a partir de madeira manejada.

O mercado de crédito de carbono também pode ser o grande diferencial para o Acre, avalia o governador. "O projeto que o Acre tem está sendo visto pelo Banco Mundial como uma alternativa para ser um estado que vai estar à frente desse novo projeto de baixo carbono".

O grande diferencial do Acre, segundo Binho Marques, é a opção pela floresta. Segundo ele, nos outros estados que também estão na lista dos que possuem mais áreas conservadas, a preservação se deu por fatores naturais, onde não era possível a expansão agropecuária, ao contrário da situação do Acre. "Nós temos uma característica que propicia o desmatamento, mas estamos na lista dos estados conservados. Isso porque o povo do Acre assumiu um modelo de desenvolvimento diferente há mais tempo. Existe uma história de mais de 30 anos, que começou com Wilson Pinheiro, Chico Mendes, com os índios, que iniciaram um modelo de desenvolvimento que na época ninguém entendia. Hoje, temos 88% de floresta conservada".

{xtypo_quote_right}O Acre pode ser um ponto pequeno no planeta, mas o que faz a diferença é que nós não estamos esperando por ninguém para fazer o nosso papel. E é isso que convence.
Binho Marques, governador{/xtypo_quote_right}Brasil em Copenhague – O governador fez ainda uma análise sobre os debates realizados durante a Conferência. A divergência entre os países em desenvolvimento e subdesenvolvidos tem travado as discussões. "A frieza na negociação é evidente. Os países debatem, mas cada um tem a sua governança, que tem que cuidar do seu debate interno. É o caso do EUA que estão discutindo a legislação ambiental no Congresso, e isso trava um pouco o debate com outros países. Esse debate depende muito da boa vontade de todos", acredita Binho.

Para ele, o Brasil pode surgir nesse contexto como uma referência. Durante reunião com o presidente Lula e os Governadores Ana Júlia (Pará), Eduardo Braga (Amazonas) e José Serra (São Paulo), Binho defendeu que o posicionamento do Brasil deve ser o de pioneirismo. "O governo brasileiro estava caminhando no sentido de ficar conformado com o que já fez. O Brasil estabeleceu metas sem que necessariamente tivesse sido obrigado a fazer isso. E eu falei para o presidente, que temos que parar de ficar olhando para o lado, de ficar apenas culpando as nações, e se o Brasil pode fazer mais, ele deve fazer mais. Porque é o momento de o Brasil ser generoso, sem ser ingênuo. E eu tenho certeza que o presidente Lula levou muito em consideração. O Acre pode ser um ponto pequeno no planeta, mas o que faz a diferença é que nós não estamos esperando por ninguém para fazer o nosso papel. E é isso que convence".

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Estratégia de desenvolvimento sustentável adotada no Acre garante crescimento, preservação e inclusão social (Foto: Agência de Notícias do Acre)

Reuniões e agenda com lideranças e autoridades em busca de parcerias

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Binho participou de várias reuniões com autoridades pessoas de diversos segmentos em prol do meio ambiente (Foto: Agência de Notícias do Acre)

Em Copenhague, o Governador Binho Marques participou do Fórum de Governadores da Amazônia ao lado de outras lideranças. Na ocasião, diversas pessoas, como o presidente do Instituto Ethos, Ricardo Young Silva (instituto de certificação das empresas em compromisso social) elogiaram a fala e apresentação do governador entre os demais, em função da clareza da visão e dos focos prioritários de ação.

O Governador também esteve à frente do seminário promovido pelo Acre no pavilhão Bella Center – um dos principais espaços da Conferência em Copenhague – onde, ao lado de outros representantes da comitiva acreana, apresentou as propostas e ações do Acre dentro das políticas ambientais. Estiveram presentes além de autoridades como os senadores acreanos Tião Viana e Marina Silva; o Presidente do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, Luis Pinguelli; o pesquisador do Inpe, Carlos Novre; os senadores Fátima Cleide (RO) e José Nery, e o ator Vítor Fasano, que encampa uma mobilização em defesa da floresta no Brasil. Estavam presentes ainda o presidente do Ibama, José Messias Franco, e o Secretário de Meio Ambiente de Minas Gerais e ex-ministro do Meio Ambiente, José Carlos.

Além desses dois grandes eventos, em Copenhague, Binho Marques participa de reuniões paralelas importantes. Já esteve com o subsecretário geral da ONU e organizador da eco92, Maurice Strong, considerado uma das maiores autoridades ambientais do mundo. Binho também já se reuniu com a presidente da Bolsa de Clima de Chicago (CCX International), Paula DiPerna. Ela que conheceu o Projeto de REED e se comprometeu a divulgar a proposta no menu de investidores. A presidente enfatizou que o carbono do Acre pode ter um diferencial que é o componente social agregando valor ao projeto.

O Governador acreano esteve ainda no almoço em homenagem à Senadora Marina Silva, oferecido pelo Presidente da Fundação do Desenvolvimento Sustentável no Brasil, Israel Klabin, ao lado de diversas personalidades mundiais; e com representantes da WWF USA, da Inglaterra e do Brasil, de onde ficou acertado a divulgação de uma agenda de divulgação do projeto REDD do Acre.

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