Projeto de Educação ‘Asinha’ faz avaliação da primeira fase

Encontro reuniu agentes e coordenadores das regionais do Juruá e Tarauacá/Envira, onde são atendidas cerca de 600 crianças

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Participantes do projeto participaram da capacitação (Foto: Flaviano Schneider/Secom)

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Participantes do projeto participaram da capacitação (Foto: Flaviano Schneider/Secom)

Coordenadores, agentes e supervisores do projeto de educação infantil ‘Asinha’ (Asas da Florestania infantil) estiveram reunidos em Cruzeiro do Sul fazendo avaliação da primeira fase de vigência do projeto nas regionais do Juruá e Tarauacá/Envira. O ‘Asinha’ leva educação infantil a crianças de quatro a cinco anos que moram em locais isolados, por ora, em 13 municípios acreanos. No total são 122 agentes atuando, levando educação infantil a 1.250 crianças. O projeto funciona através de parceria entre o Governo do Estado, através da Secretaria Estadual de Educação, e o instituto Abaporu de Educação e Cultura.

O Instituto Abaporu, segundo a supervisora pedagógica Rosaura Soligo, coordena a aplicação do projeto, produz o material junto com a SEE e capacita os agentes, que são selecionados através de perfil e tendo como exigência formação recente no Ensino Médio. As secretarias municipais de Educação também participam do Asinha, especialmente no que toca a pagamento de bolsas de trabalho para os agentes e coordenadores locais.

O encontro desta semana em Cruzeiro do Sul reuniu agentes e coordenadores das regionais do Juruá e Tarauacá/Envira. As duas regionais somam aproximadamente 60 agentes e têm como municípios beneficiados Feijó, Tarauacá, Jordão, Rodrigues Alves, Mâncio Lima e Marechal Thaumaturgo, onde são atendidas cerca de 600 crianças.

Rosana Dutoit, também do Instituto Abaporu, explica que o Asinha é ministrado em módulos, no total de seis. Até o momento, já foi elaborado material para os dois módulos iniciais. O material para os demais módulos será elaborado a partir da avaliação ora em curso, em que serão aproveitadas as sugestões dos agentes, visando um melhor atendimento dos alunos em seu contexto.

A coordenadora do Ensino Rural da SEE e coordenadora do projeto, professora Francisca das Chagas Souza da Silva, contou, baseada nas impressões relatadas pelos agentes, que o ‘Asinha’ foi muito bem aceito pela população rural. Ela conta que a partir da próxima segunda-feira, o encontro será em Rio Branco reunindo as regionais do Purus e do Baixo e Alto Acre.

Segundo a coordenadora o projeto deverá ser ampliado no próximo ano, pretendendo atingir quatro mil alunos em todo o Estado, o que abrangeria a quase totalidade dos alunos de ensino infantil que não tem acesso a escolas.

Agentes esforçados

O agente Aldení de Lima trabalha em Feijó e atende 15 crianças em quatro localidades diferentes no ramal Sinimbu. Ele conta que durante o verão pode ir ao local de bicicleta, mas no período de chuvas tem que ir ‘na pernada’. Mesmo com a dificuldade, ele garante estar muito satisfeito de estar participando deste programa.

A agente Cleice Maria da Conceição Vales vem do distante e isolado município do Jordão, aonde só se chega de barco ou avião. Mais isolado ainda é o seringal Alagoas, situado às margens do rio Tarauacá, muitas horas abaixo do Jordão, onde ela atende as crianças duas vezes por semana em oito casas. Ela conta que o material utilizado no Asinha ‘é muito bom’. As crianças – ela diz – ganham lápis de cor, giz de cera, cadernos de texto, lápis comuns, prancheta, etc., o que as deixa muito animadas e felizes. Ela destaca ainda alegria das mães das crianças, em saber que seus filhos, ainda que pequenos, não estão abandonados à própria sorte e podem se preparar para futuramente freqüentar uma escola regular.

O supervisor feijoense Carlos Andi Correia Campos destaca a importância do projeto Asinha por preparar alunos para a escola. Ele conta que antigamente as crianças, quando chegavam à escola, não sabiam nem segurar um lápis, hoje, diferentemente, já chegam à escola conhecendo o material didático, não estranham a nova situação e tem mais facilidade na hora da alfabetização.

Para ele, os agentes são ‘guerreiros da educação’. Os agentes – explica – correm até risco de vida em andar nos varadouros, atravessar igarapés e igapós, mas não esmorecem e seguem firmes na sua missão de levar a educação às crianças. Andi que faz faculdade de Pedagogia considera que mesmo que tenha havido nova eleição e eleito novo prefeito, o projeto não deve parar em Feijó, o município que mais se esforçou em participar, contando com 31 agentes que atendem 396 crianças. 

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