Com apoio do Governo, cadeia produtiva da castanha e cooperativismo se fortalecem no Acre

Investimentos de mais de R$ 7,2 milhões, 100 empregos de carteira assinada e valorização da agricultura familiar resultam em produto de grande valor agregado

 

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Governador entrega a chave de um dos caminhões para o presidente da Cooperacre (Foto: Sérgio Vale/Secom)

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Novos veículos vão ajudar no transporte da castanha coletada nas comunidades (Foto: Sérgio Vale/Secom)

 

O governador Binho Marques participou nesta quarta-feira, 28, em Brasileia, de um ato de fortalecimento da cadeia produtiva da castanha-do-brasil em ações que envolvem recursos de R$ 7,2 milhões para transporte, armazenagem, qualificações dos extrativistas e readequação de unidades.

Foram entregues à Cooperativa Central de Extrativismo do Acre (Cooperacre) e à Associação Rural Libertador, sua afiliada, as chaves de três caminhões para o transporte da castanha coletada nas comunidades de Brasileia, Epitaciolândia, Xapuri e Assis Brasil. O ato foi realizado na sede da cooperativa, com a presença da prefeita Leila Galvão, de Brasileia, e José Ronaldo, de Epitaciolândia, além de gestores, trabalhadores e lideranças políticas e comunitárias.

"É o quinto ano que a Cooperacre faz a devolução, e antecipadamente. Isso significa que a Conab tem uma administração séria", disse Filomeno Gomes, diretor da Conab. Imediatamente, Gomes anunciou a liberação de valores semelhantes para aquisição da safra 2009/2010 de castanha pela Cooperacre. "O Governo tem sido nosso grande parceiro e estamos trabalhando para que os resultados sejam ainda melhores", afirmou Gameleira.

A Cooperacre recebeu recentemente no Rio de Janeiro prêmio de cooperativa modelo, obtendo o selo da agricultura familiar emitido pelo Governo Federal. Foram selecionadas cinco cooperativas brasileiras, sendo duas do Acre. As demais estão localizadas na região Sudeste, o que mostra ainda mais o potencial cooperativo acreano.

"Tudo o que se coloca aqui, se multiplica", disse o governador, para quem a entrega do cheque à Conab representa o ingresso do Acre num novo momento pós-Chico Mendes. "Estamos caminhando para a terceira fase, que é uma economia de baixo carbono", disse Marques. E elogiou a Cooperacre, um dos muitos símbolos das concretizações do sonho de Chico Mendes. "Toda vitória que tivemos até aqui é pouco. Muita coisa ainda está por vir."

O líder ambientalista assassinado em 1988 levou ao mundo grandes temas e conceitos, e o que será apresentado na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP15, já foi falado há trinta anos por Chico Mendes. A COP15 será realizada em dezembro próximo em Copenhage, na Dinamarca. O Acre tem sido exemplar na condução de uma política objetiva de sustentabilidade. "E eu estive recentemente nos Estados Unidos, onde o Banco Mundial disse que o Acre está ensinando a trabalhar."

Além dos caminhões, o Governo do Acre adotou os seguintes procedimentos: construção de seis armazéns comunitários para armazenagem de 18 mil latas cada um no valor de R$ 720 mil com recursos do Pró-Florestania; Construção de três armazéns industriais em Xapuri, Rio Branco e Brasileia no valor de R$ 860 mil em recursos do BNDES (Fase III); Aquisição de equipamentos para readequação da unidade de beneficiamento de Brasiléia no valor de R$ 1,5 milhão em recursos do BNDES (Fase III); Capital de giro para compra da produção no valor de R$ 3,5 milhões, sendo R$ 1,5 milhão da Conab e R$ 2 milhões do Programa Nacional da Agricultura Familiar (Pronaf-Agroindústria) através do Banco da Amazônia, e a capacitação de 650 extrativistas em boas práticas de manejo da castanha.

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Presidente da Cooperacre fez a devolução do empréstimo à Conab – devolução realizada pelo quinto ano consecutivo (Foto: Sérgio Vale/Secom)

Parcerias: produto é comercializado cada vez mais com valor agregado

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Acre é hoje responsável por mais de 40% da produção nacional de castanha do Brasil (Foto: Sérgio Vale/Secom)

O secretário Nilton Cosson, da Seaprof, voltou a destacar as parcerias como instrumentos fundamentais para o desenvolvimento agrário e a agricultura familiar. "O trabalho de parceria tem contribuído – e muito – para alavancar a cadeia produtiva da castanha", disse.  Os resultados da agregação de valores através da comercialização da castanha beneficiada revelam que o Acre está no caminho certo: o Acre é responsável por mais de 40% da produção nacional de castanha do Brasil com 12.358 toneladas ao ano (dados de 2008), cadeia que envolve 5.000 famílias, sendo que cada uma delas produz 300 latas/ano. A Cooperacre, principal compradora, mantém 100 empregos com carteira assinada na unidade de beneficiamento de Brasiléia em dois turnos de trabalho.  São processadas 90 toneladas ao mês.

A Cooperacre tem entre seus filiados, 25 associações e organizações de trabalhadores. Nos próximos meses, segundo previsão de Manoel Monteiro, superintendente da cooperativa, a cadeia produtiva da castanha deverá gerar novos 160 empregos de carteira assinada.

A prefeita Leila Galvão disse que desde 1999 existe uma política muito séria para que hoje pudesse ser possível a comemoração de números tão robustos. "Quando o governo investe é porque está dando retorno", disse ela, que ressaltou o esforço do Presidente Lula, parlamentares como o senador Tião Viana e do governador Binho Marques  para o desenvolvimento da agricultura familiar no Acre.

{xtypo_quote}Demos as mãos e conseguimos resgatar produção que estava abandonada, valorizando os trabalhadores rurais e a produção familiar.
Rosildo Rosique, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Brasiléia{/xtypo_quote}

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