Ação pretende capacitar continuamente os servidores que atuam nas diversas unidades de saúde do Acre
Profissionais da área de saúde participam nesta segunda-feira, 26, do 1º Encontro Estadual de Educação Permanente em Saúde, evento realizado no Hotel Pinheiro que reúne representantes dos 22 municípios do Estado em torno das discussões da formação continuada no trabalho, a partir de necessidades surgidas no trabalho. São as instituições formadoras e gestores que definem os critérios da formação. Ação é realizada em parceria entre o governo federal e o Governo do Estado.
As oficinas já foram realizadas nos municípios e hoje é possível visualizar o mapeamento das demandas de cada um deles no que se refere à formação. Cada município assume as responsabilidades sobre estas demandas e o Estado entra como apoiador. Mais de 2 mil trabalhadores de nível técnico passaram por cursos e oficinas e este fator é responsável pela mudança no perfil de doenças comuns em algumas comunidades, como a malária em Cruzeiro do Sul. Agora, o serviço é dirigido para cumprir a meta de reduzir a mortalidade infantil em até 5% no Estado.
“Muitas vezes serviço está precisando de um determinado perfil de profissional e o mercado oferece outro com formação inadequada. Com esta política conseguimos implantar formação permanente no trabalho e a partir das necessidades do trabalho. Uma vez implantado não tem como parar”, explica Talita Lima, gerente do Departamento de Ensino e Pesquisa da Sesacre.
Tornar o próprio trabalho um objeto de reflexão é o desafio que impulsionou a política de educação permanente em saúde executada em quase todos os municípios brasileiros. Segundo Ricardo Cessim, diretor do Núcleo de Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e um dos formuladores do conceito do programa, hoje os profissionais estão preocupados também com o desenvolvimento do trabalho e não apenas com carreira, concursos, carga horária.
Professor do curso de Enfermagem no campus Floresta da Universidade Federal do Acre em Cruzeiro do Sul, Carlos Viga, acredita que é importante que os alunos tenham uma visão diferenciada desde os primeiros períodos das ações de saúde e reflitam sobre suas práticas para oferecer melhor suporte de atendimento aos usuários. “É por este motivo que a universidade faz questão de participar deste debate, para que estes alunos saiam da faculdade com uma visão mais ampla do trabalho de saúde que não é só contrário de doença, mas um conjunto de coisas que envolve desde atividades físicas, bem-estar, segurança”, esclarece.
A gerente de saúde de Porto Acre, Maria Raimunda, avalia como bastante positiva as ações de capacitação. “Já é possível sentir a mudança no comportamento dos profissionais de saúde e no dia a dia do atendimento, na saúde da população”, comemora.