Produtores e extensionistas discutem técnicas para a produção de carneiros no Acre
Há quatro anos era realizado, durante a Expoacre, o primeiro leilão de ovinos do Acre. Uma novidade que apontava caminho alternativo de renda a pequenos produtos rurais. Prova disto é que em 2009 foi necessária a realização de dois leilões sendo que, já no primeiro, todos os animais foram vendidos. O fato não surpreendeu nem aos produtores, nem aos órgãos de pesquisa e fomento que acreditam ser esta uma atividade produtiva sustentável e um negócio viável. Por este motivo, o governo do Estado desenvolve política para disseminar técnicas e estimular a criação de carneiros no Estado. A iniciativa foi lançada nesta quinta-feira, 20, durante o 1º Seminário Acreano de Ovinocultura realizado no auditório da Superintendência Federal de Agricultura , Pecuária e Abastecimento do Ministério da Agricultura.
Em todo o Estado existe um rebanho de 50 mil cabeças de ovinos. A estimativa da Secretaria de Agricultura e Pecuária com as ações de fomento é dobrar este número em apenas um ano. "O Governo do Estado está acompanhando o que está acontecendo e dá escala de produção adquirindo e repassando matrizes e produtores para a agricultura familiar", diz o secretário. A previsão é nesta etapa distribuir 1 mil matrizes e 40 reprodutores para diversificar a cultura de produtores familiares em todo o Estado.
A Embrapa realizou durante 20 anos, entre as décadas de 70 e 90, pesquisas para definir técnicas de manejo sanitário, identificar a raça que melhor se adapta ao clima do Acre e a viabilidade econômica da produção e agora atualiza os dados que serão repassados à Seap. Judson Valentim, superintendente da Embrapa, defende a criação de ovinos como importante opção de renda para pequenos produtores. "A renda é maior do que teriam com gado de corte, que na escala do pequeno produtor, não teriam viabilidade econômica", observa.
O empresário Adalberto Moreto, que iniciou a criação por acaso, tem hoje 1,5 mil cabeças de ovinos e se prepara para inaugurar até fevereiro de 2010 o primeiro frigorífico especializado em cortes nobres de carneiros, cordeiros e ovelhas embalados à vácuo. O investimento somente para a estruturação do frigorífico é de R$ 1 milhão mais os incentivos do Governo do Estado na cessão de terreno para a construção da sede. A intenção do criador é exportar o produto para um mercado promissor identificado nos estados da região Norte e sudeste. "Isto não é um hobby, é negócio, é economicamente e socialmente viável e pode aumentar a renda do pequeno produtor que poderá criar entre 15 a 30 animais por hectare aumentando a renda", diz Mauro Ribeiro. Durante o seminário técnicos e produtores assistem a palestras sobre sistemas de produção, viabilidade econômica, alimentação, linhas de crédito e apresentação do frigorífico AnnaSara.