O cenário industrial tem apresentado avanços significativos nos últimos anos no Acre. Ao mesmo tempo, famílias vivem a transformação de uma realidade social que aos poucos se configura com o surgimento de uma nova economia, com a geração de novos postos de trabalho, beneficiando desde a classe rural à urbana.
Neste mês, em que se comemora o Dia da Indústria, um levantamento apresentado pela Federação das Indústrias do Acre (Fieac) animou o setor.
A instituição, que representa dez sindicatos no estado, anunciou que, no momento, as indústrias acreanas geram mais de 16 mil empregos diretos, o equivalente a 14,27% dos empregos formais.
A iniciativa privada já é responsável por 56,87% da geração de postos de trabalho, quantidade superior à que a administração pública gera, que é de 43,13%.
Durante entrevista em programa televisivo local nesta semana, o vice-presidente da Fieac, José Luiz Felício, destacou que, além do modelo de integração de indústrias, que tem apostado em cadeias produtivas sustentáveis, adotando a parceria público-privado-comunitária, como a Peixes da Amazônia, a Dom Porquito e a Acreaves, os avanços têm sido possíveis graças à credibilidade que o Acre tem conquistado em cenário nacional, a ponto de atrair mais empresas a investirem e se instalarem no estado.
Cooperativismo como caminho de transformação
O cooperativismo também tem uma parcela determinante nesse processo de transformação social e econômica. Prova disso é a Cooperativa Central de Comercialização Extrativista do Acre (Cooperacre), há mais de dez anos no mercado fortalecendo o extrativismo, sendo responsável pela maior parte do beneficiamento de castanha do país.
Atualmente, a Cooperacre conta com 2.500 famílias sócias em todo o estado. Mesmo com o foco sempre no mercado local, a castanha industrializada do Acre já chegou à Escócia e aos Estados Unidos, por intermédio da central. De acordo com o superintendente Manoel Monteiro, estima-se que ainda este ano as vendas sejam ampliadas para outros países da Europa e para a América Central.
Presente em 14 municípios, a central dispõe de três usinas para processar a castanha, além de uma de polpa de fruta. A indústria de castanha mais recente, inaugurada na capital, já gera diretamente mais de 50 empregos.
A Cooperacre, que só em 2015 produziu 1,3 milhão de quilos de castanha, participou este ano da Feira Mundial de Alimentos Orgânicos e Produção Sustentável, a Biofach, na Alemanha.