O governador Tião Viana anunciou nesta terça-feira, 19, que o governo do Estado começará uma intervenção emergencial no porto de Cruzeiro do Sul para que sua estrutura às margens do Rio Juruá mantenha a capacidade de atender barcos e balsas.
Será feito um investimento de R$ 600 mil, através de recursos próprios, na rampa que dá acesso ao porto.
A ação é necessária, tendo em vista a preocupação do governo do Estado com a conservação da BR-364, principalmente no trecho entre Tarauacá e Cruzeiro do Sul, que não tem recebido investimentos de manutenção por parte do governo federal. Assim, a intervenção auxiliará o escoamento da produção do Juruá, além do recebimento de insumos por via fluvial.
“Temos a ameaça real por essa omissão do Ministério dos Transportes com a BR-364. Infelizmente ela corre o perigo de fechar durante o inverno, o que pode comprometer o custo dos alimentos e o direito de ir e vir que foi conquistado com tanto suor nosso. Quando o governo do Estado estava cuidando, fazíamos Rio Branco e Cruzeiro do Sul em sete horas de carro e depois de pressões políticas, deixamos a BR nas mãos do governo federal”, conta o governador.
Segundo o diretor-presidente do Departamento de Estradas e Rodagens do Acre (Deracre), Cristovam Moura, a reforma e ampliação completa do porto de Cruzeiro do Sul necessitaria de um investimento de R$ 4,5 milhões, mas como o governo federal não tem mais sinalizado verbas para esse tipo de ação, o Estado terá de fazer o possível com recursos próprios.
“Depois de termos buscado alternativas junto a Secretaria Nacional dos Portos do Ministério dos Transportes para que houvesse uma captação de recursos para a reforma do porto de Cruzeiro do Sul, tivemos as portas fechadas pelo governo federal e agora vamos fazer um investimento próprio para que ele possa operar durante todo o inverno”, conta Moura.
O presidente da Associação Comercial de Cruzeiro do Sul, Assem Cameli, comemorou a notícia. “Essa obra é importante para Cruzeiro do Sul porque temos hoje um problema com a estrada e precisamos desse porto. Do jeito que ele está hoje não temos condições de atracar as balsas. Temos certeza de que, com o inverno, não conseguiremos andar com nossas carretas nessa estrada.”