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O período de adolescência de Aldeni foi marcado por uma fase forte no Acre. Um tempo que as populações tradicionais da floresta amazônica se uniam para lutar contra a derrubada das matas e a invasão da pecuária. Chico Mendes mostrava sua liderança ao reunir os seringueiros na sede do Seringal Cachoeira e comandar os empates – movimentos pacíficos de resistência contra latifundiários.
"Meus tios e primos participaram destas lutas, mas eu sempre tive medo, via as pessoas envolvidas morrendo e não entendia direito o porquê disso tudo. Nem sabia ao certo o que era latifundiário", comenta. Hoje o instrutor de jovens aprendizes nas artes da marcenaria tem uma preocupação constante: ensinar aos seus discípulos a importância dos ideais de Chico Mendes.
"Agora eu entendo a importância de todo aquele movimento e porque tanta gente deu a vida por estes ideais. Nós precisamos mostrar para os alunos que não somos predadores da floresta e incutir neles a necessidade de aproveitar o máximo de uma árvore derrubada para que não seja necessário derrubar outra. As árvores têm vida própria e precisamos saber como trabalhar com elas".
Outra lição importante é sobre o uso de madeira certificada. Aldeni explica que além ser uma atitude sociamente responsável, a certificação garante que as comunidades tradicionais da floresta também podem ser beneficiadas.
Capacitando profissionais
O Cetemm oferece cursos na área de madeira, mobiliário e construção civil nas modalidades de aprendizado, qualificação, aperfeiçoamento e habilitação profissional. Ao longo dos 33 anos de história a instituição já formou mais de seis mil alunos, na capital e no interior. "Além das ações desenvolvidas na unidade central temos também ações nos municípios, nas unidades do Senai em Plácido de Castro, Brasiléia, Cruzeiro do Sul, Acrelândia e Bujari", explica a diretora do órgão, Geane Reis de Farias. Hoje a instituição atende 330 alunos com cursos voltados para a construção civil – e deve formar 4,5 mil profissionais até 2010 numa parceria com o Governo do Estado – além dos matriculados para os cursos de marcenaria e carpintaria na capital e no interior.
"O Cetemm é de fundamental importância para tanto para a sociedade quanto para o Sistema, pois a principal matéria-prima do Estado é a madeira. A instituição desenvolve estudos sobre como aproveitá-la melhor e agregar mais valores", ressaltou o presidente da Fieac, João Francisco Salomão.
Além de capacitar mão-de-obra de qualidade, com alto nível de especialização, outro papel do Cetemm é desenvolver peças e produtos, repassando essa tecnologia para as empresas fabricarem e venderem o produto acabado. "Algumas peças produzidas lá já foram premiadas nacional e até internacionalmente", destacou Salomão.