Por ser um veículo ágil, de baixo custo, econômico, com facilidade para estacionamento, a motocicleta se tornou febre nacional. No estado do Acre, por exemplo, segundo dados do Departamento Estadual de Trânsito (Detran/AC), todos os municípios possuem mais motocicletas do que carros. Rio Branco concentra a maior frota.
Milhares de motociclistas circulando pelas vias diariamente têm ocasionado um grave problema. A maioria dos acidentes com vítimas fatais no estado do Acre em 2019 envolveram motociclistas, aponta o setor de estatística do Detran/AC.
Das 104 vítimas fatais de acidentes de trânsito ocorridas no Acre no ano passado, incluído as rodovias federais, 67 envolviam motocicletas, representando 64% do total das vítimas.
Segundo dados da Seguradora Líder, que administra o Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT), somente em 2018, 75% do total de todas as indenizações pagas foram para acidentes envolvendo motociclistas, sendo a maioria para homens.
E, para mudar esta triste realidade, o melhor caminho é a educação para o trânsito direcionada ao público-alvo, os motociclistas.
Ações coordenadas entre a sociedade civil, poder público e órgãos de trânsito, além, da inclusão de uma disciplina na grade curricular dos alunos da rede básica de ensino, podem ser medidas paliativas para reduzir a mortalidade sobre duas rodas.
Cada piloto de motocicleta também precisa fazer a sua parte, dirigindo de forma preventiva e defensiva, cumprindo suas obrigações de cidadão e realizando as manutenções preventivas do seu veículo.
Porém, para um trânsito mais humano e com menos fatalidades, a conscientização precisa ser uma via de mão dupla, ou seja, todos os envolvidos no trânsito precisam ter o respeito e cuidado com os motociclistas, pois eles são vulnerais.
O hábito de fazer o que é certo deve ser algo comum para cada cidadão, à cultura de paz no trânsito deve nortear o comportamento de todos os condutores. O amor e o respeito à vida devem ser a maior inspiração para motociclistas que saem todos os dias de suas casas e utilizam a motocicleta como único meio de locomoção.
Andreia Nobre é jornalista, coordenadora da Assessoria de Comunicação do Detran