Cheia de curiosidade. Era assim que eu me sentia antes do início da Mostra Viver Ciência de Cruzeiro do Sul. Depois do sucesso do evento em Rio Branco, que reuniu cerca de 25 mil pessoas entre os dias 13 e 15 de setembro, a expectativa para a primeira edição realizada no Juruá era muito grande.
Os portões se abriram às 7h30, e rapidamente os espaços vazios do campus do Instituto Federal do Acre em Cruzeiro do Sul foram preenchidos por olhares curiosos, não só os meus, mas também de gente de todas as idades.
O evento contou com 28 estandes e não decepcionou os visitantes. Nada era cansativo ou desestimulante. Era como se os números, fórmulas e objetos ganhassem vida. As disciplinas de matemática, física e química, que volta e meia amedrontam alguns estudantes, dessa vez foram passadas de uma forma criativa e envolvente.
Em dois dias de evento (29 e 30 de novembro), as sete mil pessoas que passaram pela mostra tiveram acesso a 28 projetos científicos e 38 apresentações no palco cultural, e ainda puderam participar de minicursos e oficinas.
O planetário móvel da Secretaria de Estado de Educação e Esporte foi uma atração à parte. Claro que não perdi a oportunidade. Uma experiência incrível de aprendizado sobre o universo, com seus planetas e astros. Um prato cheio para quem curte astronomia. Só no planetário, foram mais de 2.500 visitantes.
Além dos estandes das ciências, a feira oportunizou ainda que produtores locais expusessem seus produtos. Como boa cruzeirense, preciso dizer que a farinha e o biscoito do Juruá são sucesso em qualquer lugar! Os marceneiros locais também estavam presentes na tenda Ciência, Economia e Empreendedorismo, com móveis confeccionados quase de maneira artesanal.
A feira trouxe aos moradores da região do Juruá a prova de que a educação pública passa por um processo de rápido desenvolvimento e evolução, fruto de uma política pública colocada em prática por professores e desenvolvida pelo governo do Estado, que investe e aposta na educação como a grande propulsora do sucesso humano e desenvolvimento de um povo. Os números mostram isso: na região do Juruá, as escolas estaduais de Cruzeiro do Sul alcançaram, em 2015, no Índice do Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) nota 5,2, as de Mâncio Lima, 4,5, e Rodrigues Alves, 5,4.
A Mostra Viver Ciência certamente irá voltar ao Juruá no ano que vem com novos experimentos e inovações tecnológicas.
Eventos como esse valorizam a educação pública, estimulando o interesse em conhecimento científico. Quem sabe não teremos futuros cientistas do Juruá? Com esse cenário animador, despeço-me de Cruzeiro do Sul já pensando em voltar.