Por Lenio Fregapani*
Dia 08.11.24, eu, a Nilda Maria e a Zaida subimos a Serra para participar do 36° Festuris, o Festival de Turismo de Gramado, nos pavilhões do Sierra Park.
Expuseram, pela primeira vez, Acre e Pará, abrindo um leque especial de destinos turísticos. No estande acreano, conhecemos pessoas maravilhosas, como o experiente senhor Wigberto, proprietário da Pousada Bom Conforto (contato: 68 9 9987 4005). Figura simpaticíssima, falou-nos de árvores, pássaros e peixes desconhecidos para nós, do Sul.
Falei também com a jovem Karolini de Oliveira, entusiasta do seu estado, que apresentou-me diversos prospectos turísticos, entre os quais saliento o seguinte: “Quer conhecer um destino incrível? Vem pro Acre. Venha experenciar novos lugares, sabores exóticos, história e cultura da Terra da Seringueira, city tour em Rio Branco, visita a Xapuri (cidade de Chico Mendes), vivência na floresta com povos indígenas, conhecer detalhes do único estado que lutou para ser brasileiro, visitar e fazer compras nas cidades fronteiriças do Peru e da Bolívia”.
Contei que em 2011 fiz “a viagem rodoviária mais longa do mundo”, São Paulo-Lima, quatro dias de ônibus, passando pelas cidades de Acrelândia, Senador Guiomard, Xapuri, Brasileia, Rio Branco (fiquei na estação rodoviária da capital, por algumas horas) e Assis Brasil (última cidade brasileira), cruzando a fronteira com o Peru, chegando em Ñapari (primeira cidade inca).
Ficaram encantados com a história, bateram fotos comigo e acabei dando entrevista à Karolini. Foram tão amáveis que estou bem “assanhado” (entusiasmado) para voltar e sentir melhor esse estado tão diferente do nosso, embora sejamos todos brasileiros. Tenho imensa curiosidade de conhecer uma aldeia indígena e vivenciar com os seus habitantes.
Recordo que em 1963, em Brasília, no apartamento dos meus tios Mercúrio Fregapani e Amélia, irmã do ex-presidente Costa e Silva, fui impedido, por eles, de ir ao território do Xingu. Eles se davam bem com os Irmãos Villas-Bôas, que estavam sempre lá, e não se recusariam em levar-me nessa aventura. Porém, ficaram preocupados que eu contraísse febre amarela ou fosse picado pela mosca tsé-tsé. Bem, aí nesse caso, ficaria dormindo, eternamente, numa rede da oca da tribo.
Fiquei doidinho pra ir, mas os recursos médicos e de transportes de 61 anos atrás eram bem precários. Concordei com o bom-senso dos meus tios, mas confesso que lá no fundinho desejava um dia conhecer uma taba indígena. Talvez eu conhecesse outra Diacuí, e o meu neto Matheus, que hoje vive no Japão, estivesse trepando em árvores atrás de frutas silvestres e pescando com arco e flecha, claro, de tanga e uma pena na cabeça.
Quero deixar à equipe que se deslocou da Região Norte para cá um abraço do tamanho do Rio Grande do Sul. Voltem sempre. Quanto a mim, se tiver chance, volto lá. Felicidade a todos.