Chegou a hora da Virada Cultural da Praia do Amapá. Pela primeira vez, Rio Branco acolhe um evento com 24 horas de uma programação artística e cultural nas mais diversas áreas: música, teatro, dança, filmes, literatura e debates.
Promovida pela Unidade Coletiva, a Virada acontece neste sábado e domingo, 12 e 13, com início às 17 horas e término às 17 horas do dia seguinte. Cerca de 25 bandas autorais se apresentam.
A ideia da Virada nasceu com a Unidade Coletiva. Criado há dois meses, o coletivo traz como proposta reforçar o sentido democrático dos espaços públicos com a ocupação deles por meio da arte. “Seria pensar a cidade sobre vários aspectos, tendo a arte como eixo motivador. Foi assim com o espaço histórico do Cacimbão, em que a Unidade mostrou que é preciso reforçar esse sentido, e agora com a Praia do Amapá, lugar de referência do movimento cultural acreano, que abrigou e revelou com os festivais vários artistas. Esses espaços, hoje ociosos, precisam ser revitalizados, pois narram ricas histórias da nossa cultura”, afirma George Naylor, um dos organizadores do evento.
“Foi algo natural de um processo que percebemos ser necessário. Nós, da música, que vivenciamos um momento de arranjo com o surgimento de bandas autorais há cerca de cinco anos, vimos que algo se estagnou de lá para cá. Era preciso retomar esse ânimo, e tá aí”, disse o músico Saulo Olímpio. Para ele, o movimento pretende ainda propor uma nova roupagem: “Motivar a própria classe artística a promover suas coisas, e não ficar dependendo somente de editais. Nós temos as ferramentas necessárias para fazer qualquer evento. A internet está aí, a tecnologia digital, então, se o artista quiser ele pode se autoproduzir. Na verdade, a ideia é para chegar a isso que está acontecendo com a Virada e o Cacimbão. Estamos conseguindo retomar esse espírito”, afirma.
Outro sentido é o de agregar, opina Naylor. “A literatura, o cinema, a música, o teatro tudo junto num único espaço. A Unidade percebeu que nessas áreas os artistas estão na mesma busca por esse fazer, para viver de sua arte, produzir e difundir seus produtos. Esses pontos e temas serão lançados para debates na Virada.”
O público
A Unidade Coletiva espera superar as expectativas de público. “O que está nos deixando confiantes é o público que construímos no Cacimbão, entre outros fatores. Tomando por base o evento no Facebook, que tem mais de 500 confirmações, dará um bom público. Fora quem nunca foi ao Festival do Amapá, e também os artistas que fizeram essa história do Festival que estarão se apresentando e chamarão seu público”, explica Saulo.
Sobre outras Viradas, a Unidade diz: “Esse é um piloto e se der certo com certeza faremos mais e mais edições, e iremos buscar apoio também da iniciativa privada, bem como transformar num grande projeto”.
A Grande Tenda
Além da música, a Virada abre um espaço para debates e ideias com a Grande Tenda. O lugar abrigará dois momentos. O primeiro será aberto para que pessoas narrem suas memórias e experiências sobre artistas como: Maués Melo, Da Costa, Hélio Melo, Betho Rocha, Jorge Nazaré e Matias (in memorian). O segundo é referente à “Tenda da Coisa Pública” , com temas relacionados aos espaços públicos, política de humanização da FEM; Sistema Público de Comunicação; Movimento Passe Livre.
A Unidade está nos preparativos finais de produção do espaço da Praia do Amapá. A estrutura da Virada, que envolve a segurança do local e outros recebe o apoio do governo do Estado, por meio da Fundação Elias Mansour (FEM), e da prefeitura de Rio Branco, através da Fundação de Cultura Garibaldi Brasil.
Programação completa no link do evento:
https://www.facebook.com/
