Vinícius Dônola autografa Histórias do Pequeno CO₂ na Biblioteca da Floresta

O lançamento do livro teve participação de representantes ashaninkas, autoridades e convidados (Foto: Diego Gurgel/Secom)
O lançamento do livro teve participação de representantes ashaninkas, autoridades e convidados (Foto: Diego Gurgel/Secom)

banner-chicomendes-verticalO contato foi rápido. Na fila da sessão de autógrafos do livro “Histórias do Pequeno CO₂”, está Gabriela Feitosa, 10 anos, acompanhada pela família. Antes de ter a assinatura do autor, o jornalista Vinícius Dônola, por alguns segundos Gabriela passou as páginas diante dos olhos atentos.

O intervalo de tempo não foi suficiente, obviamente, para ler os dez capítulos da obra e se familiarizar com Dona Castanheira, a abelha Mangangá, a arara Candinha e o próprio “menino-molécula”, o pequeno CO₂, herói da história.

Mas o contato visual com as ilustrações do cartunista Ziraldo já foi suficiente para despertar o interesse da menina. “Eu gosto muito da natureza, de ler e acho que vai ser bem legal [a leitura],” afirmou.

Sobre a concepção do livro, Vinícius relata que, em viagem ao Acre, ao retornar da cidade de Xapuri observou muitas castanheiras em meio à pastagem. Na conversa, soube que a árvore, ao ficar solitária no campo, deixa de produzir frutos, porque precisa das árvores ao redor que servem com uma espécie de escada, para que a abelha mangangá, responsável por sua polinização, possa alcançá-la.

Com essa informação, e com a experiência de ter outras duas publicações infantis (“O oco do toco” e “Submerso”) o autor buscou parcerias para, por meio de palavras e com o recurso das imagens, alertar sobre a emissão de gás carbônico, aquecimento global e a necessidade de proteger o meio ambiente.

Com prefácio de Gregório Filho e patrocínio de uma empresa que custeou os primeiros mil exemplares, a publicação é independente, sem editora. “A gente revolucionou o jeito de fazer a coisa. E a gente quer revolucionar o jeito de disseminação desse conhecimento pelas redes privada e pública de ensino, não só na Amazônia, não só no Brasil” diz Dônola.

Todos os direitos patrimoniais e autorais da obra foram doados ao povo ashaninka, com quem o jornalista fez, no Acre, uma das cinco reportagens da série de TV “A Última Fronteira”, que retratou ainda os geoglifos, a crise haitiana, a violência no campo e 25 anos depois de Chico Mendes.

“Este livro passa a ser uma ferramenta de geração de renda, para o desenvolvimento socioeconômico sustentável dessa etnia tão querida que são os ashaninkas”, afirma.

“O povo Ashaninka, junto com o Vinícius, vai poder levar essa mensagem bem adiante”, diz Francisco Piyãko (Foto: Diego Gurgel/Secom)
“O povo Ashaninka, junto com o Vinícius, vai poder levar essa mensagem bem adiante”, diz Francisco Piyãko (Foto: Diego Gurgel/Secom)

A ideia é de que a obra seja negociada com redes de ensino do Brasil e também de outros países. “O povo ashaninka, junto com o Vinícius, vai poder levar essa mensagem bem adiante. A ideia é atingir o maior número de pessoas que têm dificuldade de compreender a questão da floresta, do meio ambiente,” fala Francisco Pyanko, líder da comunidade ashaninka.

O lançamento do livro foi na Biblioteca na Floresta na noite de quarta-feira, 18, como parte das atividades da programação “25 Anos Chico Mendes Vive Mais” patrocinada pela Petrobras 60 Anos.  “É um momento histórico. Na Semana Chico Mendes, celebramos seus ideais e fortalecemos as conquistas que foram auferidas nos últimos anos,” conclui Marcos Afonso, diretor da Biblioteca da Floresta.

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