A 3ª edição do projeto que acontece em mais de 100 cidades brasileiras exibe documentários cineastas indígenas do Acre
As mais diferentes versões e visões do que é ser índio refletidas nas telonas de cinema. A 3ª edição da mostra Vídeo Índio Brasil (VIB) acontece em 112 cidades brasileiras. E Rio Branco é uma delas. De 31 de julho a 8 de agosto, o cineclube do Theatro Hélio Melo, o Cine+Cultura, vai exibir uma programação diária de filmes e vídeos com temática indígena, todos selecionados pela curadoria do festival, composta por produtores culturais, antropólogos, jornalistas, críticos de cinema e indígenas.
Todos os dias o Vídeo Índio Brasil vai apresentar uma programação diferente. Compõem a lista de exibições longas e curtas-metragens nas categorias documentário, ficção e animação. Neste ano, estiveram na disputa do projeto 80 produções. O produto final é uma diversidade de trabalhos realizadas por índios e não índios que mostram, por meio do audiovisual, peculiaridades das suas culturas indígenas de todo o país.
Algumas trabalhos acreanos, produzidos através do projeto Vídeos nas Aldeias, foram selecionadas pela curadoria do festival, como é o caso do documentário Já Me Transformei Em Imagem, de Zezinho Yube, que abre a programação da mostra, no sábado, 31, às 20 horas. O longa relata a importância do registro audiovisual para a perpetuação da história do povo Hunikui ( Kaxinawá), do Acre. Na visão da própria etnia, são contadas situações do tempo do contato, do cativeiro nos seringais até o trabalho atual com o vídeo. A outra produção que será exibida na abertura é o documentário De Volta à Terra Boa, de Vicent Carelli, que faz um registro sobre os Panará que narram a trajetória do reencontro de seu povo com seu território original, desde o primeiro contato com o homem branco, em 1973, passando pelo exílio no Parque do Xingu (MT), até a luta e reconquista da posse de suas terras.
O projeto vai acontecer simultaneamente em capitais como Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Porto Alegre (RS), Porto Velho (RO), Boa Vista (RR), Macapá (AP), Fortaleza (CE), Natal (RN), João Pessoa (PB), Rio Branco (AC) e São Luís (MA) e outras cidades interioranas. Há ainda municípios com expressiva população indígena como São Gabriel da Cachoeira, na Amazônia e Dourados, em Mato Grosso do Sul.
A História do Vídeo Índio Brasil
Criado na mostra cinematográfica do 4º Festival de Cinema de Campo Grande – FestCine Pantanal, em 2007, o Vídeo Índio Brasil criou corpo e as duas edições realizadas, em 2008 e 2009, contaram com o apoio do Ministério da Cultura, da Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural e do Fundo Nacional.
Em 2008, apenas três cidades participaram do Vídeo Índio Brasil: Campo Grande, Dourados e Corumbá. No ano seguinte, o projeto ampliou seu circuito de exibições para sete cidades de MS. Nesta edição, de 2010, o VIB contempla os 26 Estados brasileiros e o Distrito Federal, democratizando o acesso aos trabalhos selecionados.
O festival conta também com o apoio cultural do CineCultura, Núcleo de Estudos e Pesquisas das Populações Indígenas (Neppi), Museu das Culturas Dom Bosco, Pontão de Cultura Guaicuru, Fundação Municipal de Cultura de Campo Grande (MS) e Território do Vinho.
Programação
31 DE JULHO – SÁBADO – 20 HORAS
SOLENIDADE DE ABERTURA
JÁ ME TRANSFORMEI EM IMAGEM
Direção: Zezinho Yube / Ano: 2008 / Gênero: Documentário / Duração: 32 min. / Produção: Vídeo nas Aldeias / AC – Hunikui (Kaxinawá) / Classificação: Livre
DE VOLTA À TERRA BOA
Direção: Vincent Carelli / Ano: 2008 / Gênero: Documentário / Duração: 21 min. / Produção: Vídeo nas Aldeias / MT – Panará / Classificação: Livre
1º DE AGOSTO – DOMINGO – 18H30M
CORUMBIARA
Direção: Vincent Carelli / Ano: 2009 / Gênero: Documentário / Duração: 117 min. / Produção: Vídeo nas Aldeias / RO – Akuntsu e Kanoê / Classificação: Livre
4 DE AGOSTO – QUARTA-FEIRA – 19 HORAS
MOKOI TEKOÁ PETEI JEGUATÁ – DUAS ALDEIAS, UMA CAMINHADA
Direção: Ariel Ortega, Jorge Morinico e Germano Benites / Ano: 2008 / Gênero: Documentário / Duração: 63 min. / Produção: Vídeo nas Aldeias / RS – Guarani-Mbya / Classificação: Livre
Prêmios:
– Melhor filme do ForumDoc, Belo Horizonte, 2008.
5 DE AGOSTO – QUINTA-FEIRA – 19 HORAS
KRÉ
Direção: Francele Cocco / Ano: 2009 / Gênero: Documentário / Duração: 08min. / Produção: Francele Cocco / RS – Kaingang / Classificação: Livre
KENE YUXI, AS VOLTAS DO KENE
Direção: Zezinho Yube / Ano: 2010 / Gênero: Documentário / Duração: 48min. / Produção: Vídeo nas Aldeias / AC – HuniKui (Kaxinawá) / Classificação: Livre
6 DE AGOSTO – SEXTA-FEIRA – 19 HORAS
INDÍGENAS DIGITAIS
Direção: Sebastian Gerlic / Ano: 2010 / Gênero: Documentário / Duração: 26 min. / Produção: Thydêwá – Índios On-Line / BA – Tupinambá (BA), a Pataxó Hahahãe (BA), Kariri-Xocó (AL), a Pankararu (PE), Potiguara (PB), Makuxi (RR) e Bakairi (MT) / Classificação: Livre
A GENTE LUTA, MAS COME FRUTA
Direção: Valdete Pinhanta e Issac Pinhanta / Ano: 2006 / Gênero: Documentário / Duração: 40 min. / Produção: Vídeo nas Aldeias / AC – Ashaninka / Classificação: Livre
Prêmios:
– Prêmio Panamazônia 2007 de Melhor Produção audiovisual da Action Aid Americas, 2007;
– Melhor Documentário no Cine Gaia, 2008.
7 DE AGOSTO – SÁBADO – 20 HORAS
TERRA VERMELHA
Direção: Marcos Bechis / Ano: 2008 / Gênero: Ficção / Duração: 1h48min. / Produção: Gullane Filmes / MS / Classificação: 14 anos
Elenco: Matheus Nachtergaele, Leonardo Medeiros, Ambrósio Vilhalva, Abrisio da Silva Pedro, Cláudio Santamaría, Alicelia Baptista, Chiara Caselli, Ademilson Concianza Verga, Fabiane Pereira da Silva, Eliane Juca da Silva.
8 DE AGOSTO – DOMINGO – 18H30M
KUHI IKUGÜ, OS KUIKURO SE APRESENTAM
Direção: Coletivo Kuikuro de Cinema / Ano: 2007 / Gênero: Documentário/ Duração: 7 min. / Produção: Vídeo nas Aldeias / MT – Kuikuro / Classificação: Livre
PI’ÕNHITSI, MULHERES XAVANTE SEM NOME
Direção: Divino Tserewahú / Ano: 2009 / Gênero: Documentário/ Duração: 56 min. / Produção: Vídeo nas Aldeias / MT – Xavante / Classificação: Livre
Prêmios:
– Prêmio Especial do Juri, Forumdoc, Belo Horizonte, 2009.