Vacinação contra febre aftosa prossegue no Vale do Juruá

Com rebanho de 80 mil cabeças, no Vale do Juruá nunca foi detectado qualquer caso de aftosa

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No Vale do Juruá, o rebanho é de 80 mil cabeças de gado que o Idaf espera vacinar (Foto: Arquivo/Secom)

Todos os anos, o Ministério de Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) realiza duas campanhas em nível nacional de vacinação contra a febre aftosa; a primeira em maio e a segunda em novembro. A regional do Vale do Juruá, que compreende os municípios de Marechal Thaumaturgo, Porto Walter, Rodrigues Alves, Mâncio Lima e Cruzeiro do Sul, tem um rebanho de aproximadamente 80 mil cabeças. Os criadores da região – segundo o gerente local do Instituto de Desenvolvimento Agro Florestal (IDAF), Marcos Pereira de Souza, os criadores estão conscientizados da necessidade da vacinação para que o Acre mantenha ou supere o status alcançado de ‘livre de aftosa, com vacinação’. Quatro lojas de Cruzeiro do Sul estão comercializando as vacinas e o prazo para vacinar o rebanho vai até 31 de maio. No Acre o IDAF, do Governo do Estado, coordena as campanhas, orienta os criadores e fiscaliza os resultados.

No Acre, o último caso detectado de febre aftosa aconteceu em 1999. O veterinário João Nascimento Ferreira, servidor do IDAF, mora há 24 anos no vale do Juruá e conta que durante todo este tempo nunca tomou conhecimento de qualquer caso de febre aftosa nos rebanhos da região. Assim mesmo ele considera fundamental que se continue insistindo na vacinação, pois o Acre faz fronteira com os países Bolívia e Peru e o Estado do Amazonas que ainda estão em zona de risco para aftosa. O município amazonense de Guajará, situado a 16 km de Cruzeiro do Sul, diferentemente de outros municípios como Ipixuna, situado no baixo Juruá, tem o mesmo status que o Acre no que toca à aftosa, ou seja, é ‘zona livre de aftosa com vacinação’, isto porque existe uma parceria entre o IDAF e seu similar amazonense o IDAM, em relação a Guajará, de assistência mútua e uma das principais medidas em conjunto é não permitir às propriedades o duplo cadastramento.

O rebanho bovino no Juruá é quase todo de gado de corte, sendo a raça nelore a preferida dos criadores. Embora seja fundamental para garantir exportação de carne bovina, o status ‘livre de aftosa’, no caso do Juruá, serve para garantir à população que está consumindo carne de boa qualidade, pois toda a produção é consumida mesmo na região. Até 1999, o Acre amargava o triste estado de ‘risco desconhecido para a febre aftosa’. Foi então que o governo da Frente Popular implantou programa que elevou de 56% para 97% o índice de cobertura vacinal, que culminou com a mudança de status, condição ainda não alcançada por muitos estados brasileiros.

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