Unesco pode transformar marcas milenares no Acre em patrimônio mundial

Círculos, quadrados e octógonos gigantes no chão – os chamados geoglifos – têm mais de mil anos

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Geoglifos são sítios arqueológicos considerados ainda um mistério para a ciência (Foto: Sérgio Vale/Secom)

O site da Globo, G1, divulgou neste fim de semana que o Instituto do Patrimônios Histórico e Artístico Nacional, ligado ao Ministério da Cultura, pediu à Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) para transformar as marcas milenares no chão do Acre, chamadas de geoglifos, em patrimônio da humanidade.

Para o paleontólogo, Alceu Ranzi isso pode ajudar a preservar as marcas. "Nós vamos ter maior capacidade e financiamento para o desenvolvimento de pesquisas nessa área e principalmente teremos mais condições de conhecer o passado de ocupação da Amazônia. Nós teremos mais possibilidades para preservá-la", avalia.

Leia e assista a matéria no site do G1.

Os geoglifos só podem ser vistos de avião. A maioria são círculos e quadrados. O maior tem 350 metros de cada lado. Uma casa foi construída dentro de um grande círculo. A mais impressionante é uma figura de oito lados praticamente iguais.

Segundo os pesquisadores, as valetas serviam para defender povoados permanentes onde morava muita gente. "Um dos cálculos que se tem é que talvez há mil anos eles habitaram toda essa região. Na época, talvez tivéssemos tantos habitantes há mil anos no Acre do que temos hoje", afirma o paleontólogo Alceu Ranzi.

Nas escavações, os arqueólogos encontraram cerâmica e machados de pedra. Como no Acre não existe rocha desse tipo, os arqueólogos acreditam que os construtores dos geoglifos negociavam com povos da Cordilheira dos Andes, como os Incas, mestres na arte de entalhar pedra.

Geoglifos são sítios arqueológicos em estrutura de terra construídos há cerca de 2.000 anos e que pela complexidade remontam à civilizaçõespré-colombianas de elevado grau de conhecimento em várias áreas e domínio de avançadas técnicas de movimentação de terra e água. As pesquisas, de acordo com a arqueológa Denise Schaan, integrante do Grupo de Pesquisa Geoglifos da Amazônia, tem envolvido rastreamento em imagens de satélites cedidas pela Fundação de Tecnologia do Acre (Funtac), sobrevoos e visitas de campo, quando os sítios são mapeados, fotografados e por vezes materiais arqueológicos são coletados para análise. Com o resultado dos trabalhos realizados, já existem alguns acadêmicos que estão desenvolvendo monografias de graduação e especialização sobre os geoglifos do Acre.

 


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