Um novo tempo para Acrelândia

Um novo tempo surge para a cidade de Acrelândia com a chegada de ações do governo do Estado que promovem a geração de emprego, renda e desenvolvimento socioeconômico. Esse processo de mudanças iniciou-se há cerca de três semanas, num sábado, quando o governador Tião Viana e secretários de Estados foram ao município para anunciar investimentos nos setores de produção, industrialização e infraestrutura.

O produtor rural Alaor Rodrigues, presidente da Associação dos Produtores Rurais do Paraíso (Gleilson Miranda/Secom)

O produtor rural Alaor Rodrigues, presidente da Associação dos Produtores Rurais do Paraíso (Gleilson Miranda/Secom)

O produtor rural Alaor Rodrigues, presidente da Associação dos Produtores Rurais do Paraíso, comprova com um sorriso que hoje a esperança de tempos melhores não é apenas um sentimento, mas realidade. “Sempre tivemos vontade de trabalhar na piscicultura, mas o aluguel das máquinas é muito alto e nem todo produtor tem condições de pagar. Quando o governo falou que iria ajudar com as máquinas, não foi todo mundo que acreditou. Eu nem quis fazer muita falação, mas agora você está vendo: a máquina chegou e o trabalho começou”, conta.

A conversa com Rodrigues acontecia enquanto uma máquina enviada pela Seaprof (Secretaria de Estado de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar) abria um tanque para piscicultura na propriedade de outro produtor, João Galdino.

Máquinas abrem uma clareira às margens do pequeno açude da colônia de João Galdino (Gleilson Miranda/Secom)

Máquinas abrem uma clareira às margens do pequeno açude da colônia de João Galdino (Gleilson Miranda/Secom)

“Se eu pudesse mandar um recado para o governador Tião, era o que vou dizer agora: esse é um dos melhores projetos do governo que já vi. A gente queria muito trabalhar, mas não tinha condições sem ajuda. Graças a Deus, isso mudou”, comentou o presidente da Associação de Produtores do Paraíso.

E se antes poucos produtores procuravam a associação para aderir ao programa de piscicultura promovido pelo governo do Acre, agora a realidade é outra. “Meu telefone não para de tocar. Todo mundo ligava querendo saber quando as máquinas iriam começar a trabalhar abrindo os tanques. Muita gente tem vindo atrás da associação para saber como receber essa ajuda para abrir seus tanques e poder criar peixes”, revelou.

Enquanto as máquinas abriam uma clareira às margens do pequeno açude da colônia de João Galdino, Alaor conversava com a equipe da Seaprof que acompanha os trabalhos e presta apoio aos produtores. A vida no campo deu grandes ensinamentos a Alaor, o que confirma que os investimentos aplicados em produção pelo governo do Estado são necessários e importantes.

As expectativas dos produtores que começam a investir na criação de peixes são as melhores (Gleilson Miranda/Secom)

As expectativas dos produtores que começam a investir na criação de peixes são as melhores (Gleilson Miranda/Secom)

“As pessoas precisam entender que a cidade só cresce se a gente tiver produção no campo para levar até a cidade. Quando o governo apoia os produtores para ficarem trabalhando no campo, a cidade cresce. Porque, se não tem produtor no campo, não tem nada para vender nos mercados, na cidade. O lugar do produtor é no campo, ajudando a cidade crescer”, conclui.

O presidente da Associação de Produtores conta que, de seus companheiros que largaram a vida no campo e decidiram buscar empregos em outras cidades, apenas dois conseguiram sobreviver e sustentar a família. “Daí  a gente tira que não é fácil viver na cidade. Por isso, quando o governo investe no campo, evita que as pessoas fiquem na miséria e tenham condições de viver bem e ajudando o país a crescer. O presidente Lula foi o primeiro a olhar por nós e agora o governo do Acre também olha”, complementa.

As expectativas dos produtores que começam a investir na criação de peixes são as melhores. Antes de dar início à criação dos peixes, os produtores participarão de um curso sobre piscicultura, disponibilizado pela Seaprof. “Hoje a gente pode trabalhar melhor porque encontrou apoio na Seaprof. Isso estimula a trabalhar”, assegura o presidente da Associação de Produtores.

Mais produção – O secretário Lourival Marques ressaltou que, além dos investimentos em piscicultura, a cidade recebeu investimentos na área de produção agrícola. Segundo Marques, R$ 4,9 milhões de investimentos serão destinados para a construção de 120 tanques para piscicultura, construção de um silo graneleiro para armazenagem de 2,7 mil toneladas de grãos, investimentos em mecanização agrícola e produção de hortaliças.

“Nós entregamos seis toneladas de feijão para produção. São diversos investimentos que o governador Tião Viana está trazendo para Acrelândia, mostrando que o município é um polo produtor que tem o respeito do governo, e isso ratifica a dedicação do governo por essas pessoas”, disse Marques.

Do campo para a cidade

As mudanças em Acrelândia não se restringem apenas ao homem do campo. Vai mudar também a vida de quem vive na cidade, em áreas que antes estavam esquecidas e não recebiam ações de governo. No bairro Rainha da Paz, popularmente conhecido como Portelinha, a pavimentação vai chegar, mas antes chega o abastecimento de água para famílias que estão morando em casas entregues pela prefeitura do município há menos de um mês.

Homens do Depasa trabalham na instalação de hidrômetros (Gleilson Miranda/Secom)

Homens do Depasa trabalham na instalação de hidrômetros (Gleilson Miranda/Secom)

Os servidores do Depasa (Departamento de Pavimentação e Saneamento) instalam hidrômetros para que a água chegue às residências. O trabalho dos servidores públicos recebeu o reforço do diarista José Chaves, que fez questão de colaborar com os serviços. “Peguei minhas ferramentas e fui cavando os buracos para eles instalarem as coisas aqui. Fiz o serviço nas nove casas aqui da minha rua e não me arrependo, porque sei que se cada um ajuda do jeito que pode, as coisas ficam melhores e mais rápidas. Todo mundo ganha com isso”, disse.

O diarista diz que não vê a hora de a água chegar em sua casa porque hoje precisa pagar R$ 15 por dia a um vizinho de outra rua para ter água potável. “Comprei alguns metros de mangueira para a água poder chegar aqui. Pego água por R$ 15 na casa de uma mulher que mora noutra rua, mas esta semana ela vai parar de me vender. Quero logo que a água chegue aqui para eu parar de depender da água que vem da casa dos outros”, conta o diarista.

O trabalho dos servidores públicos recebeu o reforço do diarista José Chaves, que fez questão de colaborar com os serviços (Gleilson Miranda/Secom)

O trabalho dos servidores públicos recebeu o reforço do diarista José Chaves, que fez questão de colaborar com os serviços (Gleilson Miranda/Secom)

No outro extremo da rua em que mora José Chaves vive a dona de casa Sueli Carvalho, mãe de oito filhos. Ela narra as dificuldades que enfrenta para carregar água para os afazeres domésticos. Com um olhar cheio de esperança, durante sua conversa com a reportagem, ela observava o pessoal do Depasa instalando o hidrômetro em frente a sua casa.

“Quando tiver água vai ser muito melhor, porque não vamos precisar ficar carregando baldes, subindo e descendo as ruas ou gastando dinheiro para comprar água com preço muito alto”, afirmou a dona de casa.

Enquanto a instalação da rede de abastecimento é feita, Sueli Carvalho confessa que sonha mesmo com o dia em que a pavimentação enfim chegar a sua rua. “Já soube que o governo mandou asfaltar essas ruas aqui do bairro. Quando isso acontecer, vai mudar muito porque hoje precisamos levar as crianças nos braços para a escola quando chove. Fica muito difícil sair daqui porque tem muita lama, e para a gente que tem criança fica pior ainda”, explica a moradora.

Sueli completa dizendo que está muito feliz porque a pavimentação agora deixa de ser um sonho para se tornar realidade. “As crianças vão poder ir para a escola sem se sujar de lama.”

O aposentado Ladir Cassaneli também comemora a chegada do programa Ruas do Povo ao seu bairro. Há mais de duas décadas ele usa uma perna mecânica, depois que sofreu um acidente durante derrubada de madeira na floresta. Desde então tem dificuldades de locomoção e, segundo ele, caminhar na lama é quase impossível.

O aposentado Ladir Cassaneli também comemora a chegada do programa Ruas do Povo ao seu bairro (Gleilson Miranda/Secom)

O aposentado Ladir Cassaneli também comemora a chegada do programa Ruas do Povo ao seu bairro (Gleilson Miranda/Secom)

“A gente sempre fica satisfeito em saber do benefício que vai chegar. Agora a gente sabe que não vão nos deixar aqui à mercê da própria sorte porque o inverno é um sacrifício para quem vive no Acre porque o terreno tem muita tabatinga, é um desafio construir qualquer rua ou estrada aqui. O governo provou que é capaz de trabalhar quando fez essa BR até Cruzeiro do Sul. Eu mesmo não acreditei que ia ser feita”, admite Cassaneli.

Maior investimento em saneamento – O diretor do Depasa, Gildo César, destacou que Acrelândia recebe o maior pacote de investimentos de sua história com essa intervenção do governo. “Esse é o maior investimento em saneamento básico da história de Acrelândia. Nós estamos falando de um investimento total de R$ 34 milhões. Serão R$ 17 milhões para pavimentação de 63 ruas de Acrelândia e da Vila Redenção. A época da sacola nos pés e da lama vai se acabar”, afirma Gildo César.

Emprego, renda e crescimento industrial

“Um governo é bom quando faz felizes os que sob ele vivem e atrai os que vivem longe”, disse o filósofo Confúcio. A frase cabe perfeitamente na história da família de Jader Lopes Costa, que deixou São Paulo há quase quatro anos e decidiu recomeçar a vida no Acre.

Jader Costa é o primogênito de uma família habituada a trabalhar no ramo ceramista. Ele conta que cresceu brincando nos corredores da cerâmica que seus pais administravam. Ao chegar à fase adulta decidiu que aquela seria a mesma carreira que iria trilhar. “Quando eu terminei a faculdade em São Paulo, decidimos fechar as portas da empresa que tínhamos lá e vir para o Acre, investir aqui. Hoje somos a única empresa que funciona no Parque Industrial de Acrelândia. Estamos conseguindo ir bem nesse ramo porque temos o apoio do governo do Estado”, detalha o empresário.

A Cerâmica Telha Norte, liderada por Jader Costa, foi uma das contratadas pelo programa Ruas do Povo para a fabricação de tijolos maciços (Gleilson Miranda/Secom)

A Cerâmica Telha Norte, liderada por Jader Costa, foi uma das contratadas pelo programa Ruas do Povo para a fabricação de tijolos maciços (Gleilson Miranda/Secom)

A Cerâmica Telha Norte, liderada por Jader Costa, foi uma das contratadas pelo programa Ruas do Povo para a fabricação de tijolos maciços que serão utilizados para pavimentar ruas do município de Acrelândia. “Vamos produzir em média 800 milheiros por mês para dar conta dessa demanda contratada pelo governo. Antes nossa produção de tijolos chegava ao máximo de 500 milheiros por mês. Depois desse pedido de tijolos para o Ruas do Povo, precisamos contratar mais 10 funcionários e estamos enfrentando dificuldade para achar mão-de-obra. Está faltando gente para trabalhar em cerâmica”, revela o empresário.

Além da parceira com o Ruas do Povo, a Cerâmica Telha Norte deve ser beneficiada com o programa de industrialização promovido pela Sedict (Secretaria de Estado e Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comercio, Serviços, Ciência e Tecnologia).

O programa Ruas do Povo vai pavimentar até 2014 todas as ruas de todas as cidades acreanas (Gleilson Miranda/Secom)

O programa Ruas do Povo vai pavimentar até 2014 todas as ruas de todas as cidades acreanas (Gleilson Miranda/Secom)

O secretário Edvaldo Magalhães, responsável pela Sedict, pontuou que já foram assinadas as ordens de serviço que autorizam a construção de dez galpões de apoio ao setor marceneiro que serão instalados no Polo Industrial de Acrelândia. Contudo, a maior novidade da área de indústria e comércio, que vai beneficiar empresas como a Telha Norte, diz respeito à reforma e reativação do Parque Industrial do município.

“O Parque Industrial de Acrelândia passa a ser administrado pelo governo do Estado, e a Sedict vai fazer investimentos na infraestrutura para que ele possa acolher as indústrias que queiram se instalar no local. Também será construída uma rotatória na região do Parque para atender mais efetivamente as empresas e evitar que ocorram acidentes de trânsito”, informou Magalhães.

Jader Costa revelou que está otimista com esses investimentos na região do Parque Industrial porque vai auxiliar no melhor desenvolvimento de sua empresa. “Acreditamos que isso vai melhorar nosso trabalho.”


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