Um dia com o povo Ashaninka

[vc_row full_width=”stretch_row_content” full_height=”yes” parallax=”content-moving-fade” parallax_image=”264076″ parallax_speed_bg=”1.1″ css=”.vc_custom_1492440933945{margin-top: -200px !important;}”][vc_column][vc_custom_heading text=”Um dia com o povo Ashaninka” font_container=”tag:h1|font_size:50|text_align:center|color:%23ffffff” google_fonts=”font_family:Lobster%20Two%3Aregular%2Citalic%2C700%2C700italic|font_style:700%20bold%20italic%3A700%3Aitalic”][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]Navegando pelo Rio Amônia, encontramos o povo Ashaninka da Aldeia Apiwtxa, vilarejo que fica a três horas de barco do município de Marechal Thaumaturgo, no Acre.

A cada curva do rio, a impressão que tive é de que estava no cenário de um filme em que eu era o grande aventureiro. Ali, barrancos alcançam facilmente a altura de um prédio na cidade e, muito esporadicamente, surge uma habitação, onde sempre há alguém na janela olhando e timidamente acenando.[/vc_column_text][vc_single_image image=”267343″ img_size=”1000px”][vc_column_text]A cada “batida” do motor, vai sendo esquecida a noção de tempo. Apenas a contemplação de tudo aquilo que está à frente se torna importante.

Enfim, o som do motor vai diminuindo e o que se vê em seguida são pessoas que aguardam bem no alto dos barrancos. Pelas silhuetas, percebe-se uma mudança de vestimentas, língua e adereços. É a certeza de que chegamos na Apiwtxa.

Com suas longas kusmas, sua roupa tradicional, os moradores desse lugar possuem semblante expressivo e um aperto de mão firme. Era com eles que eu iria passar os próximos três dias. Após instalar-me e tomar um banho, descansei daquela jornada cansativa e prazerosa.[/vc_column_text][vc_single_image image=”267339″ img_size=”full”][vc_column_text]Na primeira manhã, acordei bem cedo para passear pelo povoado. A primeira cena que vi foi a de quatro crianças, talvez irmãos, numa atividade envolvente, em que estavam todos muito empenhados. Enquanto uma tentava incessantemente acender o fogo com um isqueiro, outra preparava uma panela com mandiocas já descascadas, e outra ainda trazia um tatu já limpo, pronto para ser assado.

Mais adiante, em cada casa por onde passei, alguém desempenhava algum papel, principalmente mulheres e crianças.
Percebi que naquele lugar as pessoas são discretas, desfrutam seu lar com a família e, pelo capricho observado nas habitações, terreiros, plantas e árvores, são muito trabalhadores e prezam por um ambiente preservado.

[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row full_width=”stretch_row_content” full_height=”yes” parallax=”content-moving-fade” parallax_image=”267367″ parallax_speed_bg=”1.1″ css=”.vc_custom_1491040176278{margin-top: -50px !important;padding-top: 200px !important;padding-bottom: 200px !important;}”][vc_column][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_custom_heading text=”Coca Ashaninka” font_container=”tag:h2|font_size:40|text_align:left”][vc_single_image image=”270308″ img_size=”1000px” alignment=”center”][vc_column_text]Na varanda de sua casa estava Wewito Piãko, deitado em uma rede, mascando folha de coca, um hábito conhecido pelos moradores andinos, que geograficamente se localizam próximo à Apiwtxa.

Chamou-me a atenção a maneira como Wewito fazia uso das folhas, diferente do que eu já havia usado na Cordilheira dos Andes. Além delas, mistura-se um cipó, e um preparado branco parecido com polvilho, que é armazenado numa pequena cabaça. O cipó é o txamayro, e esse pó branco é o ishiko. Enquanto a mescla torna-se um pouco amarga na boca, adiciona-se um pouco de ishiko à mistura com um “aplicador” de madeira cônico, tornando doce o sabor. Wewito ressalta que, sozinhas, nenhuma das três substâncias tem sabor doce, mas que, combinadas, proporcionam esse efeito. O mais interessante é como o ishiko é adquirido.[/vc_column_text][vc_single_image image=”267337″ img_size=”1000px” alignment=”center”][vc_column_text]Por meio de um processo de torração de uma pedra encontrada em igarapés distantes, desidrata-se essa peça, depois dissolve-se num recipiente com água e, depois da evaporação, é retirado o pó, semelhante ao processo de extração do sal da água do mar, ou de minério.

Assim como nos Andes, a coca é utilizada para disfarçar a fome, a sede, e tirar o desânimo, assim como dar uma “injeção” de energia em caso de trabalho braçal, ou em longas caminhadas de caça.[/vc_column_text][vc_single_image image=”267338″ img_size=”full” alignment=”center”][/vc_column][/vc_row][vc_row full_width=”stretch_row_content” full_height=”yes” parallax=”content-moving-fade” parallax_image=”267364″ parallax_speed_bg=”1.1″ css=”.vc_custom_1491039600668{margin-top: -50px !important;padding-top: 200px !important;padding-bottom: 200px !important;}”][vc_column][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_custom_heading text=”Cuidados com a pintura e artesanato” font_container=”tag:h2|font_size:40|text_align:left”][vc_column_text]

Numa das principais casas da Apiwtxa, encontrei seu Antônio Ashaninka, cacique da aldeia, muito concentrado num delicado processo, sentado no assoalho de palmeira de sua residência.

Cuidadosamente, ele estocava a pasta de urucum, que serve para pinturas tradicionais, em recipientes feitos de bambu, vedados com uma tampa de palha de milho, chamado pototsi: uma peça tão bem trabalhada que nos remete a algo vindo da cultura oriental.

Um a um, seu Antônio, sempre vestido com kusma e amarentsi, um chapéu de penas e fibras muito bem construído, preenchia os gomos de bambu com a ajuda de uma fina tala de buriti.

[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row full_width=”stretch_row_content” full_height=”yes” parallax=”content-moving-fade” parallax_image=”267354″ parallax_speed_bg=”1.1″ css=”.vc_custom_1491039554778{margin-top: -50px !important;padding-top: 200px !important;padding-bottom: 200px !important;}”][vc_column][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_custom_heading text=”Contemplação da morada” font_container=”tag:h2|font_size:40|text_align:left”][vc_column_text]Caía a noite e já era hora de voltar ao acampamento, gentilmente cedido pelas lideranças de lá.

Sentado diante de sua casa, estava Moisés Piãko, fumando em seu poarentsi, um lindo cachimbo entalhado. Tentei ser o mais discreto possível, pois não queria interferir naquele momento íntimo daquele líder, que olhava em volta como se admirasse todo o trabalho feito pelo seu povo, numa vasta área farta de árvores e fruteiras.[/vc_column_text][vc_gallery interval=”3″ images=”267342,267341,267340″ img_size=”full”][/vc_column][/vc_row][vc_row full_width=”stretch_row_content” full_height=”yes” parallax=”content-moving-fade” parallax_image=”267353″ parallax_speed_bg=”1.1″ css=”.vc_custom_1491040020321{margin-top: -50px !important;padding-top: 200px !important;padding-bottom: 200px !important;}”][vc_column][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column width=”1/2″][vc_tweetmeme][/vc_column][vc_column width=”1/2″][vc_facebook][/vc_column][/vc_row][vc_row full_width=”stretch_row_content”][vc_column][vc_text_separator title=”Texto e fotografias por Diego Gurgel || Designer Adaildo Neto”][/vc_column][/vc_row]

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