Os últimos 27 haitianos, do grupo de 245 pessoas acolhidas pelo governo do Estado, foram contratados por duas empresas e seguiram viagem nesta terça-feira, 8, para a cidade de Sarandi, no Rio Grande do Sul.
O haitiano Edy Theodore escreveu uma carta em agradecimento a toda a ajuda do governo brasileiro. Em um trecho, ele diz: “… De todo mi corazon, yo uso todas las bocas de los 245 haitianos para agradecer por todo que hicieron desde el primer dia hasta el ultimo”.
Theodore faz parte do grupo de 13 haitianos contratados pela empresa de confecções e tecelagem Mirasul, que ofereceu trabalho para homens e mulheres. Já a empresa de móveis e planejados Finger contratou 14 homens.
Os empresários garantiram que os haitianos receberão treinamento profissional para exercerem com mais eficiência cada função. “Entendemos que a maioria não tem nenhuma experiência em nosso ramo de trabalho, por isso serão capacitados através de cursos profissionalizantes para que possam ser mais bem integrados no emprego”, ressaltou Bruno Pedro Rech, presidente da Mirasul.
Segundo Edson Finger, diretor administrativo da Finger, no Rio Grande do Sul, as empresas sofrem bastante com a falta de mão-de-obra, e quando soube da situação dos haitianos no Acre resolveu ajudar oferecendo o que mais os emigrantes buscam: trabalho. O salário oferecido por cada empresa foi de R$ 650.
“É um momento muito importante para nós. Queremos que vocês se sintam parte de nossa família, todos nós somos filhos de Deus, somos todos irmãos”, disse Bruno Rech ao grupo de haitianos que integrará o corpo de funcionários da sua empresa.
“Desde o início da chegada dos haitianos, o governo optou por oferecer ajuda humanitária, auxiliando na documentação, abrigo, alimentação e saúde. E encaminhamos para os empregadores, porque entendemos que os haitianos têm direito de buscar uma vida melhor e o Brasil tem condições de recebê-los”, pontuou o secretário de Estado de Justiça e Direitos Humanos, Nilson Mourão.