Grupos "Os Fofos Encenam" e "Sobrevento", ambos de São Paulo, apresentam suas peças premiadas pela primeira vez no Acre
Três novos espetáculos entram em cartaz na programação do Festival Usina de Arte de Teatro e Música a partir desta semana. Nesta quarta, quinta e sexta-feira (22, 23 e 24), às 20 horas, na Usina de Arte, o grupo Os Fofos Encenam, de São Paulo, apresenta o espetáculo Assombrações do Recife Velho. Já nos dias 25 e 26, o grupo Sobrevento, também de São Paulo, encena a peça O Copo de Leite, no mesmo horário e local. E no dia 28, às 15 e 20 horas, e dia 29, às 20 horas, é a vez do espetáculo O Anjo e a Princesa, do mesmo grupo paulista.
Dois projetos financiam a realização do Festival Usina de Arte de Teatro e Música: o primeiro com recursos da Fundação Nacional de Arte (Funarte), e o segundo com recursos da Lei Rouanet-Mecenato, do Ministério da Cultura. Desde julho deste ano, grupos artísticos expressivos de várias partes do Brasil e um da América Latina estiveram em Rio Branco apresentando espetáculos e ministrando oficinas na Usina, que a cada espetáculo busca ampliar o número de espectadores, agendando escolas públicas, convidando instituições, grupos e comunidades rurais, divulgando sua programação pela cidade, fortalecendo a ideia de formação de plateias por meio da apreciação e aprofundamento de vivências.
Os ingressos antecipados podem ser adquiridos na bilheteria da Usina de Arte somente uma hora antes dos espetáculos. Os preços são populares: R$ 5 inteira e R$ 2,50 meia entrada. Para agendamento de escolas, os interessados podem encaminhar email para o endereço eletrônico usinadearteac@gmail.com ou obter mais informações pelo telefone 3229-6892.
Assombrações do Recife Velho
Nesse espetáculo investiga-se a casa como centro do mundo, tendo como base os estudos de Gilberto Freyre, autor de uma das obras fundamentais da sociologia brasileira, Casa Grande & Senzala. A casa, construção histórica, museu a céu aberto, monumento que tem de ser preservado. A casa como consciente e inconsciente de nossa memória. Casa que guarda traços de nossa jornada como nação, algumas cicatrizes que Freyre revela como a vergonha da cor branca e o grande trauma da formação do país, a escravidão.
Dias 22, 23, 24 | Quarta, Quinta, Sexta | 20h | Usina de Arte
Limite de Público: 70 pessoas
Faixa Etária: 16 anos.
Os Fofos Encenam
O grupo formou-se em 1992, no curso de Artes Cênicas da Unicamp, com atividades de pesquisa direcionadas ao riso e às raízes do cômico. Entre muitos prêmios e espetáculos montados, em 2005 o grupo encenou Assombrações do Recife Velho, contemplado com o Programa Municipal de Fomento ao Teatro e encenado no interior de um casarão antigo da Bela Vista, foi indicado ao Prêmio Shell nas categorias: Melhor Diretor, Melhor Direção Musical e Melhor Iluminação.
Em 2009, foram contemplados com o Programa de Ação Cultural da Secretaria de Estado da Cultura, Prêmio Myriam Muniz – Funarte – Petrobras e Programa Municipal de Fomento ao Teatro, estrearam Memória da Cana, que conquistou o Prêmio APCA de Melhor Espetáculo em 2009, espetáculo que inclusive foi apresentado no último fim de semana na Usina de Arte.
O Copo de Leite
O espetáculo, que estreou em julho de 2007, em São Paulo, é uma adaptação do conto homônimo do argentino Manuel Rojas, considerado um dos escritores mais importantes do Chile, país em que se radicou em 1912.
É uma história dentro de outra história. Uma mãe arruma o quarto do seu filho e vai se lembrando da vida dele, do nascimento até a adolescência. A encenação proporciona uma leitura poética do conto, expondo questões como a vergonha, a timidez, as sensações de incompreensão, exclusão e solidão enfrentadas especialmente no período da adolescência.
O espetáculo aborda, de forma delicada, a questão da relação mãe e filho, sob o olhar do sofrimento comum a muitos jovens que, pela natural falta de vivência, terminam assumindo uma postura pouco otimista diante da vida.
A montagem é o primeiro espetáculo do grupo, que não conta com nenhum tipo de boneco em cena. O conto foi adaptado por Sandra Vargas, – que também encena o monólogo, onde cada gesto é cuidadosamente planejado e desenhado, como na manipulação de um boneco.
Em 2007, depois de exibir a peça na Mostra SESC Cariri de Cultura, o grupo foi convidado a representar o Brasil na Espanha, no Festival TEATRALIA, um dos mais importantes Festivais de Teatro para Jovens da Europa.
Dias 25 e 26 | Sábado e Domingo | 20h | Usina de Arte
Faixa Etária: 12 anos
O Anjo e a Princesa
O anjo e a princesa é uma criação, em forma de monólogo, a partir de um texto da atriz Sandra Vargas. A peça narra a primeira experiência de um anjo-da-guarda e trata de sua difícil relação com uma princesa, a quem lhe cabe proteger. Vaidosa, a princesa manda cortar todas as flores de um bosque de pessegueiros para decorar os salões de seu castelo para uma grande festa. Somente depois de um ano de tristeza e arrependimento, na primavera, voltam a nascer as flores. O anjo-da-guarda, que ampara a princesa, mostra-se somente como um observador e deixa a cargo da própria vida, de seu curso natural, os milagres que deveria fazer.
Para desenvolver a concepção visual da peça o grupo criou o projeto Para Entender Alexander Calder, sobre o trabalho do importante artista plástico norte-americano, criador de móbiles famosos.
A intenção da peça é que o público infantil se identifique com os bonecos e os veja como um simples brinquedo, que ele mesmo poderia manipular.
A peça recebeu o Prêmio APCA/1999 na categoria Melhor Atriz e já se apresentou na Colômbia, participou do Festival de Teatro a Mil, em Santiago do Chile e em 2004 do TEATRALIA, em Madrid, na Espanha. No mesmo ano, o espetáculo apresentou-se em Luanda, Angola.
Dia 28 | Terça | 15h e 20h
Dia 29 | Quarta | 20h | Usina de Arte
Faixa Etária: LIVRE
Grupo Sobrevento
Formado em 1986, o Grupo Sobrevento se dedica à pesquisa, teórica e prática, da linguagem teatral e mantém um repertório de espetáculos de animação de bonecos, formas e objetos. Desde sua fundação, o Grupo desenvolve um trabalho estável e ininterrupto, considerado, internacionalmente, como um dos maiores expoentes brasileiros do Teatro de Animação. Tem se apresentado em inúmeras cidades brasileiras, e esteve também no Peru, Chile Espanha, Colômbia, Escócia, Irlanda, Argentina, Angola, Irã e México, representando o Brasil em alguns dos mais importantes festivais internacionais de teatro e de teatro de bonecos.