“Na história de Epitaciolândia, jamais foi feito um trabalho tão completo nos ramais como esse que o governo do Estado está realizando através do Deracre, em 2021”. A frase é do prefeito do município Sérgio Lopes (PSDB) entusiasmado com o processo iniciado há alguns dias. Será um tratamento de base e sub-base em 76 quilômetros de ramais, beneficiando centenas de pequenos e grandes produtores rurais em Epitaciolândia.
O governador Gladson Cameli tem dito reiteradamente que após o período de pandemia é preciso que o governo retome os investimentos em infraestrutura para dar condições aos produtores de escoamento dos seus produtos.
“O agronegócio é um dos carros chefes do nosso governo. O Acre tem condições de melhorar enormemente a sua produção agrícola, pecuária e suína. Isso gera empregabilidade no campo e a melhoria do abastecimento interno de alimentos. Estamos fazendo parcerias com todas as prefeituras do Acre para através da união melhorarmos as condições de vida das nossas famílias que vivem na zona rural”, afirmou o governador.
Segundo o diretor presidente do Departamento de Estradas de Rodagem (Deracre), Petrônio Antunes, o programa de recuperação de ramais do governo do Estado ainda não foi lançado oficialmente. Mas algumas empresas contratadas já iniciaram o trabalho, como é o caso de Epitaciolândia.
“O investimento será em torno de R$ 20 milhões no município. No seu programa de ramais em todo o Acre o governo irá aplicar R$ 150 milhões em dois anos, com o objetivo de fortalecer as comunidades rurais que produzem as riquezas agrícolas e pecuárias, proporcionando milhares de empregos para a nossa população e fomentando desenvolvimento”, salientou.
Gerando riquezas e bem estar social
O prefeito Sérgio Lopes, de Epitaciolândia, está acompanhando de perto o trabalho da empresa Patriarca, contratada pelo governo para realizar o serviço nos ramais. Ele explica os benefícios gerados aos produtores com a melhoria da trafegabilidade nas vias vicinais.
“Contando os três ramais que receberão o tratamento de base e sub-base, Estrada Velha, Ramal da Torre e Ramal do Sete, mais de 500 famílias serão beneficiadas. Temos ao longo desse percurso o Frigorifico JP, com um grande volume de abate de animais, além do assentamento Quintal Florestal, onde vivem e produzem hortaliças, cerca de 70 famílias. Principalmente na Estrada Velha existe uma grande produção de cereais, sorgo, milho, soja e também de criação de suínos. Então, toda essa cadeia produtiva será beneficiada com a melhoria dos ramais que está sendo realizada pelo governo do Estado”, comemora o prefeito.
Sérgio Lopes destaca ainda o aspecto social proporcionado pela melhoria dos ramais.
“Os produtores utilizam esse caminho para escoar a produção, levando as suas mercadorias para as feiras livres todos os dias. Mas as famílias que vivem na zona rural têm crianças e jovens estudantes que utilizam essa rota para acessar as escolas na cidade”, salientou.
Apesar de não haver uma contrapartida financeira da prefeitura, Sérgio está empenhado em ajudar naquilo que estiver ao alcance do poder municipal.
“Nos colocamos à disposição para auxiliar a equipe que está trabalhando nos ramais fazendo o acompanhamento da obra. É um trabalho de muita qualidade e nós nunca tivemos uma melhoria de ramais nesse nível, com a construção de base e sub-base em Epitaciolândia. Isso será toda uma preparação estrutural para esses ramais no futuro, quem sabe, receberem uma camada asfáltica que é o sonho de todos”, disse ele .
Um dos maiores polos produtivos do Acre
Os produtores de agricultura familiar do Polo Agroflorestal avaliam a importância da intervenção nos ramais pelo governo. Fábio Júnior Fortes de Oliveira disse que com a melhoria da trafegabilidade já é possível pensar em aumentar a produção de hortaliças.
“Com a melhoria no ramal poderemos vender toda a nossa produção no município. Com certeza vamos produzir muito mais devido à facilidade que teremos para sairmos com a verdura aqui de dentro. Precisamos de ramais rápidos porque trabalhamos com um produto perecível que tem que ser vendido no mesmo dia. No caso de uma chuva forte a gente pode perder o produto, como já aconteceu, porque o ramal fica intrafegável”, lembrou.
A presidente da Associação do Polo Quintal Agroflorestal, Devanir Ramiro Vieira da Silva, também comemorou o inicio das obras.
“Isso que está acontecendo é um sonho porque nós mexemos com horticultura e poderemos levar os nossos produtos de maneira rápida para vendermos nas feiras, supermercados e restaurantes da região. Nós já sofremos muito nessa estrada durante o inverno. A gente saía às 3 horas da manhã para chegarmos às 10 horas nas feiras, num trajeto de apenas 8 quilômetros de ramal porque fazíamos essa distância andando em tempos de chuva. Essa melhoria permitirá aumentarmos a nossa produção e as nossas vendas”, explicou a produtora rural.
Celeiro do agronegócio do Acre
Mário Maffi é o maior produtor de grãos da região do Alto Acre. As suas lavouras de milho e soja modernizadas são exemplos de que o agronegócio é produtivo e viável no estado. Ele avaliou o significado da melhoria dos ramais para os grandes produtores.
“O que está acontecendo é mais que um sonho, é a renovação da nossa esperança. A parte mais difícil do nosso negócio é o escoamento da produção. Esse ano já tivemos o nosso prefeito ajudando no começo da colheita e agora temos a notícia do trabalho que o governo vai realizar na Estrada Velha. Esse é um dos ramais mais produtivos do Acre porque além da agricultura e das criações de frango, suíno e pecuária temos uma grande habitação de produtores da agricultura familiar”, afirmou.
A fazenda do Mário gera 15 empregos diretos e uma infinidade de outros indiretos ligados à cadeia produtiva.
“Atualmente estamos plantando 500 hectares de milho e mais 70 de soja. Esse negócio gera muitas oportunidades econômicas porque a agricultura antecipa a riqueza mais rápido do que a pecuária. O milho que produzimos é praticamente todo consumido pelas Indústrias Dom Porquito e Acreaves, aqui na região do Alto Acre, que têm uma demanda grande. Mas o nosso estado está caminhando para a revolução da produção agropecuária e vamos um dia ser autossuficientes em alimento. A melhoria dos ramais baixa o custo do nosso transporte e nos estimula a aumentar o investimento”, salientou Mário.