O Tratado de Petrópolis selou o destino do Acre, tornando-o definitivamente território brasileiro. Mas antes da data de 17 de novembro de 1903, muita coisa aconteceu.
Era final do século XIX quando a borracha tornou-se um dos principais produtos de exportação do Brasil, sobretudo do Acre. Com isso, muitos nordestinos vieram para a região em busca de melhores condições de vida e trabalho.
Os migrantes não conheciam ou se importavam com títulos de propriedades e ocuparam terras, cuja maior parte pertencia à Bolívia, mas o país vizinho jamais exercera ali sua soberania. A área entre os rios Javari e Madeira constava nos mapas locais como terras não descobertas.
Naquela época a borracha era apenas um item exótico das exportações amazônicas. Com a chegada da Revolução Industrial a região do Acre atraiu a atenção de governos e particulares e a matéria prima passou a ser empregada em larga escala na indústria, na fabricação de pneus de veículos, motocicletas e bicicletas etc.
Começou então a corrida ao chamado “ouro negro” da Amazônia o que despertou o interesse das autoridades bolivianas e o que antes era apenas uma discussão local envolvendo seringueiros brasileiros e vizinhos bolivianos toma a forma de conflito internacional.
Em terras acreanas o militar Plácido de Castro seguia com um movimento armado contra a Bolívia, pela posse da região. As tropas bolivianas foram derrotadas e foi proclamado o Estado Independente do Acre e solucionado, militarmente, o litígio.
O presidente boliviano, General Pando, percebendo que não poderia manter o controle sobre o Acre, busca finalmente o entendimento diplomático. O responsável pela negociação foi o então ministro das Relações Exteriores, Barão do Rio Branco que encerrou a tensão na região e formalizou a incorporação do Acre ao Brasil.
Em 21 de março de 1903, Pando concordou com a ocupação e administração brasileira na região até a conclusão dos termos do acordo que culminaria com o Tratado de Petrópolis, assinado meses depois, em 17 de novembro de 1903.