Transplante de múltiplos órgãos beneficia mais três pacientes na capital

Marcelo Silveira acredita que o transplante vai trazer nova vida para a mãe que receberá um rim (Foto: Júnior Aguiar)
Marcelo Silveira acredita que o transplante vai trazer nova vida para a mãe que receberá um rim (Foto: Júnior Aguiar)

“Era uma vida de sofrimento. Ela acordava três horas da madrugada para, às quatro, estar no hospital, onde faria a hemodiálise, e saía por volta de onze horas, três vezes na semana”, relatou Marcelo Silveira, filho da paciente Maria de Fátima Xavier, que foi submetida na tarde desta quarta-feira, 15, ao transplante de rim no centro cirúrgico do Hospital das Clínicas (HC) de Rio Branco.

Para Marcelo, o transplante da mãe representa uma nova vida, para ela e para a família. “Quando minha mãe recebeu a notícia do transplante, ficou toda animada. Desde cedo estamos aqui, e agora eu creio que a vida da minha mãe vai mudar. A partir desse transplante, ela vai voltar à vida normal”, disse.

A cirurgia se deu graças a uma doação de múltiplos órgãos ocorrida na madrugada de terça-feira, 14. O doador, de 56 anos e do sexo masculino, foi vítima de um aneurisma cerebral. A família doou o rim e as córneas. Três pacientes foram beneficiados.

"Fazer o bem sem olhar a quem é o que importa", diz Darcy Galvão, irmã do doador falecido (Foto: Júnior Aguiar)
“Fazer o bem sem olhar a quem é o que importa”, diz Darcy Galvão, irmã do doador (Foto: Júnior Aguiar)

As irmãs do doador, Darcy Galvão e Cleonice Lopes, não hesitaram quando os médicos propuseram à família a doação. “Eu creio naquela palavra de fazer o bem sem olhar a quem. Como não existia mais possibilidade de ele retornar à vida, nós não pensamos duas vezes em ajudar, para que outras pessoas pudessem ter direito a uma nova vida. Sabe-se lá se amanhã ou depois nós também não vamos precisar, porque tudo que plantamos colhemos”, declarou Darcy.

Com esse, são quatro doações resultando em 13 transplantes de múltiplos órgãos realizados em 2015. No total, foram beneficiados com transplantes de rins, córnea e fígado, de 2006 até abril deste ano, 221 pacientes que estavam na lista de espera do estado. A coordenadora da Central de Transplantes do Acre, Regiane Ferrari, comemora os números, mas frisa que ainda há muito a ser feito.

“Fico muito feliz em ver que a sociedade começa a entender o processo de doação, pois o valor é incalculável para a pessoa que recebe. Hoje é possível ter um diálogo com a comunidade, as pessoas estão conversando mais sobre o assunto, e isso é muito importante”, ressaltou a coordenadora.

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