Transformações no Acre levaram ao projeto para sediar a Copa

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Grean Goal: um projeto de desenvolvimento que respeita os recursos naturais

O projeto acriano para sediar a Copa 2014 surgiu do processo de desenvolvimento implementado no Estado – e não o contrário. Os investimentos que estão sendo feitos são para o benefício da população, tendo em vista a sustentabilidade ambiental e a promoção humana. "As mudanças não foram consequência da Copa, mas a Copa pode ser conseqüência dessas mudanças", lembrou o secretário de Esportes, Cassiano Marques

Nesse contexto, o Green Goal é mais que um simples estádio e infra-estrutura, mas um conceito de como é possível se desenvolver, sem destruir os recursos naturais. Consultor esportivo, o  arquiteto Luiz Volpato lembra de um dos detalhes da Arena da Floresta como fator de sustentabilidade, que é a climatização do estádio. "Vivemos em um Estado quente. Imaginem as áreas todas que precisam ser climatizadas. A energia que será necessária e os produtos químicos para tratamento disso tudo?! Então, toda a fachada do estádio terá uma estrutura de tela com cabos de aço, elementos rígidos e flexíveis que vão permitir a regeneração da fauna e da flora. Nós teremos uma capa que vai envolver esse estádio", informou Volpato, um dos coordenadores do Comitê Acre Sede Verde da Copa 2014. "Falar em ninho de pássaro é meio complicado, porque na China eles fizeram o Ninho de Pássaro (Estádio de Pequim) metálico, que simboliza um ninho. Nós estamos construindo um ninho de verdade, onde os pássaros irão poder viver na vegetação que estará incorporada à fachada da Arena. Essa vegetação funcionará tmabém  como uma tela de proteção aos raios solares", disse. 

Tudo pronto para receber comissão da Fifa

Inspetores farão reconhecimento aéreo e terrestre de Rio Branco candidata à sede da Copa 2014

 

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Comissão da Fifa irá conhecer o projeto sustentável do estádio Arena da Floresta

O Acre está pronto para  receber a comissão da Fifa e da CBF  nesta quarta-feira, 4, que percorre o País inspecionando as 17 cidades candidatas à sede da Copa de 2014. Serão doze as escolhidas e Rio Branco concorre com o projeto mais inovador entre todos os apresentados pelos Estados. A comissão fará o reconhecimento da capital no horário de 15h às 18h .

A comissão, composta de dez integrantes, desembarcará no aeroporto internacional de Rio Branco por volta das 14h40, onde se reunirá com diretores da Infraero para discutir a questão da estrutura aeroportuária, que é o mesmo tema de todas as inspeções. No Acre, no entanto, os inspetores irão obter detalhes reais do projeto que vem sendo o grande diferencial nesta campanha rumo à sede da Copa.

A equipe se divide em duas: uma irá percorrer a capital de helicóptero durante meia hora, e a outra se desloca para o Palácio Rio Branco, onde participa de uma reunião institucional com autoridades e lideranças do Estado. Os dois grupos voltam a se reunir no Palácio, onde participam de uma entrevista coletiva.

A comissão verá como será concretizado o Green Goal, projeto que  traz na sua essência elementos que não apenas incentivam, como praticam a sustentabilidade ambiental e guardam uma ampla política de inclusão e desenvolvimento humano com investimentos de R$ 3,5 bilhões até o fim do mandato de Binho Marques, segundo o secretário de Esportes, Turismo e Lazer, Cassiano Marques.

Um ambiente para se incorporar à Natureza

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Consultor esportivo Luiz Volpato garante que o Acre atende todas as exigências da Fifa. (Foto: Sérgio Vale/Secom)

Arquiteto Luiz Volpato fala sobre os detalhes do estádio e do projeto que são resultado do investimento e do esforço do Governo pelo desenvolvimento do Acre

O consultor esportivo Luiz Volpato detalhou a proposta de transformar a Arena da Floresta no estádio mais sustentável do ponto de vista ambiental do planeta: terá uma fachada tomada pelas plantas, cobertura de madeira, reutilização de água e materiais biodegradáveis. Além disso, o estacionamento, que seria normalmente para três mil vagas, terá seis mil vagas porque será construído com material biodegradável (um bloquete de pavigrama que com o tempo se transforma em matéria orgânica) que transformará  parte do estacionamento um parque. "Planejamos um estádio para ser o mais sustentável do mundo", diz Volpato.

Veja a entrevista:

Por quê a candidatura do Acre é diferente das demais?

Basicamente porque o Acre tem uma história com relação à questão do meio ambiente que antecede à história do mundo em termos de preocupação. Essa, digamos, é a grande chave desse processo como um todo, somado à capacidade de construção que o Governo demonstrou nestes últimos dez anos, somado a um projeto  de desenvolvimento do Acre em andamento. O Arena da Floresta faz parte de um projeto de Governo independente da Copa do Mundo. Hoje se fala muito em meio ambiente por questão de sustentabilidade mas hoje é muito, muito marketing. Mais marketing do que propriamente atitude.

A partir dessa visão, nós buscamos a concepção de um projeto realmente correto e não de marketing. Planejamos um estádio para ser o mais sustentável do mundo. É um estádio que vai atender a demanda de capacidade de espectadores, enfim, todas as demandas da  Fifa.

Imaginem: um estádio que comporta 40 mil pessoas ele acaba chegando a 70, 80 mil metros quadrados de área construída, onde se precisa de instalações proporcionais, energia proporcional, e a emissão (poluentes) está relacionada diretamente a isso. Então, nós pensamos esse estádio em todos os pontos. O copo que servirá a bebida no estádio será de material biodegradável. Há todo um processo de reciclagem de lixo, o processo de reaproveitamento da água, desde a água da chuva, a água de irrigação, que quando é lançada no gramado agrega muitos componentes químicos. Nos processos normais ela é descartada nos esgotos. Vamos reutilizar essa água reaproveitando os componentes que foram lançados na grama, fazendo uma recirculação e trazendo ela de volta para o estádio.

Nossa cobertura será 100% de madeira, estrutura pesada de madeira. Essa tecnologia já é muito desenvolvida fora do Brasil. Vamos trazer a tecnologia e a produção será feita aqui no Acre, de modo que as comunidades se beneficiem desse empreendimento -e não só para concluir a Arena da Floresta como para se ter uma tecnologia que será desenvolvida a partir da Copa do Mundo. Obviamente, dentro de todos os princípios sustentáveis que o Governo já conseguiu implantar em suas regras e leis.

Como fica a Arena da Floresta pela ótica do crédito de carbono?

A gente pensa a Arena da Floresta como o Governo pensa em tudo o que faz: a partir do princípio do cuidado com  o ambiente. Nós planejamos esse estádio para que ele seja certificado pela LEED (sigla para Leadership in Energy and Environmental Design) que é um organismo internacional que certifica os estádios corretos conceitualmente e funcionalmente. Correto com relação às práticas ambientais.

Há até hoje um único estádio de beisebol, nos Estados Unidos,  que conseguiu a certificação. Nós vamos correr atrás do segundo certificado.  E o que isso quer dizer com relação ao carbono? Nossa emissão é menor e continuamos seguindo nossa linha mestra com relação ao desenvolvimento da nossas infra-estruturas.

Quanto aos demais pontos da infra-estrutura do projeto do Acre, como fica a questão da acessibilidade e da mobilidade?

Temos três grandes focos: esportiva, rede hoteleira e transporte. Com relação a transporte, nós temos o que ninguém tem. Nosso estádio está a cinco quilômetros do centro da cidade, onde há todos os acessos, os transportes. Tem uma via de ligação ao aeroporto que é fantástica e com a quarta ponte sobre o rio Acre teremos duas vias.  Em julho, período da Copa do Mundo, dá para se fazer a pé esse trajeto de cinco quilômetros – e muitos o farão, passeando, conhecendo a cidade caminhando.

Em nosso projeto está contemplada a doação de trinta mil bicicletas para que as pessoas pegar na porta dos hotéis, pousadas ecológicas  ou no terminal rodoviário e façam seus percursos de bicicleta. Esses veículos serão distribuídos à população após a Copa.

Veja: o acesso é fácil, é próximo de tudo. Nós não precisamos de metrô. Disseram que o Acre não tem metrô – mas que bom que não o tem. É melhor que o Acre resolva seus problemas de locomoção através de meios ecologicamente mais viáveis.

O problema de degradação do ambiente é muito mais sério que se chegou na porta das casas e que as pessoas começam a se dar conta de que ele é quase irreversível. Se nós não começarmos a retroceder com relação a esse desenvolvimento absurdo, onde dizem: ah, precisa de transporte, então põe metrô, que produz emissão (de gás do efeito estufa). Intelectualmente é inaceitável a gente continuar nesse processo destrutivo. Os relatórios, as pesquisas  mostram diariamente para onde estamos indo e gente continua num processo quase que doentio  de destruição. Eu acho que esta é a oportunidade que isso é possível aqui e dizer para outros Estados que eles possam explorar aquilo que é mais viável ambientalmente.

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Estrutura de hospedagem

  • Ampliação da rede hoteleira existente  para 4,5 mil vagas até 2014, conforme vem anunciando a iniciativa privada.
  • Construção de vilas habitacionais que após a Copa serão repassadas aos programas de habitação.
  • Implantação de áreas de camping e home parking (estacionamento para trailers) ao entorno da capital.
  • Instalação de hotéis de selva modulares temporários, que ao final da Copa serão transformado parte em unidades escolares e de saúde e parte mantida como hotéis.
  • Cadastramento e capacitação de famílias para hospedagem residencial no sistema cama e café.
  • Acomodação em cidades de até duzentos quilômetros de distância e disponibilidade de aviões fretados desde capitais como Porto Velho ou Manaus.

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