O governo do Acre, por intermédio da Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM), apresenta a exposição “Seu Hélio, o Sábio da Floresta”, com abertura confirmada para esta sexta-feira, 29, a partir das 17 horas, na Biblioteca da Floresta.
Quem ainda não conhece a genialidade de “Seu Hélio” terá a oportunidade de apreciar as pinturas originais do artista autodidata, responsável por forjar uma linguagem visual genuína e nativa, que escapa à interferência de escolas e academias.
Além das pinturas realizadas a partir do sumo de folhas e outros elementos encontrados no ambiente florestal, a exposição contará com vídeos e documentários sobre a obra e vida de Hélio Melo, um livro ainda não publicado com ilustrações inéditas, músicas do artista e até mesmo aromas da floresta no ambiente da biblioteca.
Hélio Holanda Melo, ou simplesmente “Seu Hélio”, como era conhecido, nasceu no seringal Senápolis, às margens do Rio Acre, no ano de 1926. Foi artista plástico, compositor, músico, escritor e contador de histórias, tornando-se um dos artistas acreanos mais salutares, graças à sua despretensiosa originalidade.
Foi capaz de agregar em sua obra as contradições e conflitos vividos pelos seringueiros com a expansão agropecuária ocorrida na década de 70, responsável por deslocar centenas de famílias do ambiente dos seringais para as cidades, sob o pretexto de construir pastagens para o gado.
Ao mesmo tempo, Hélio retratou usos, costumes e cenas do imaginário local, repletos de lendas, animais, seres encantados e ensinos que aprendera com os índios Apurinãs.
Hélio amava sobretudo a vida em todos os seus aspectos e matizes, especializando-se em tocar cavaquinho e rabeca, sempre em estilo popular, além de se tornar um ótimo contador de histórias, por onde repassava às novas gerações os saberes de sua tradição. Em suas pinturas, buscava as luzes da floresta. Como ele mesmo dizia, “pra mim, o desenho só tem valor se tiver luz”.