Trabalhando em casa, horticultora garante o sustento da família

Francisca ganhou madeira e plástico, montou uma estufa e ocupou todo o quintal com a horta ( Foto: Onofre Brito /Secom)
Francisca ganhou madeira e plástico, montou uma estufa e ocupou todo o quintal com a horta ( Foto: Onofre Brito/Secom)

“Com sete anos de idade eu já trabalhava com terçado [facão], brocando capoeira para plantar arroz. Fui crescendo, e com 15 anos casei. Morava no Seringal Riachuelo. Tive oito filhos, mas sempre nessa luta.” Assim é Francisca Gomes de Albuquerque. Com 65 anos, mora em Feijó e, apesar da dura vida na floresta, ainda tem uma vida produtiva.

No quintal de casa cultiva uma horta que, além de melhorar a qualidade alimentar da própria família, ainda lhe garante um faturamento extra com o que pode ajudar uma filha e o marido, ambos desempregados, e cinco netos, além de um filho adotivo, Robério, que mora com ela.

Depois que se estabeleceu em Feijó, Francisca sempre cultivou verduras no quintal de casa, mas sem maiores pretensões. Até que encontrou a Secretaria de Pequenos Negócios (SEPN). Fez um curso e recebeu material necessário para montar a horta. Ganhou o plástico, madeira e montou uma estufa. Recebeu também um carro de vender verduras, um carrinho de mão, material de irrigação, sementes e corotes.

Foi então que surgiu um pequeno negócio. Francisca aumentou a horta, ocupando com ela quase todo o terreiro, e viu os clientes aparecerem. Primeiramente ela fazia vendas como ambulante em seu carrinho, mas atualmente os fregueses vão buscar os produtos na horta. O comprador leva para casa uma sacola contendo macaxeira, jerimum, tomate, cebola, maxixe, couve, coentro, alface, rúcula, pepino e o que houver na horta, tudo colhido na hora e ao preço de R$ 4 a sacola.

Com a renda da horta, Francisca banca as despesas de sua casa e ainda ajuda cinco netos. Recentemente comprou para eles uma bicicleta e uma cama box. Ela é uma pessoa forte: “Hoje estou aqui com saúde, coragem e disposição. Eu gosto de trabalhar, o mundo gosta de mim pelo meu trabalho. Com trabalho, Deus ajuda e a gente tem as coisas.”

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