Torneio leiteiro na Expoacre revela potencial produtivo do rebanho acreano

Torneio leiteiro consiste na ordenha, em horários definidos, e na comparação do desempenho individual dos animais

 

A pecuária de leite no Acre envolve cerca de 1.100 famílias de pequenos produtores. A produção ainda é pequena. Para desenvolver o segmento e a produtividade leiteira no Estado, o governo, em parceria com a Embrapa Acre, Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), vem investindo no melhoramento genético do rebanho, por meio da aplicação de biotecnologias de reprodução animal, visando à incorporação de linhagens de comprovada aptidão leiteira. Este ano, essas tecnologias estão sendo mostradas na Expoacre, com uma novidade: o torneio leiteiro.

A iniciativa da Secretaria Estadual de Agricultura e Pecuária (Seap) e Embrapa Acre acontece até o fim desta semana, durante a Expoacre, feira que movimenta os diversos segmentos da agropecuária acreana e outros setores da economia local. Participam produtores dos municípios de Rio Branco, Porto Acre, Acrelândia e Plácido de Castro.

De acordo com o pesquisador Aloísio Cavalcante, o produtor acreano ainda não tem uma cultura comercial em relação à pecuária de leite, por isso a adoção de tecnologias é um processo lento e gradativo. A maioria das famílias envolvidas com a atividade ainda utiliza a ordenha manual e boa parte da produção destina-se ao consumo familiar.

A média de produção do rebanho leiteiro acreano é de 3 litros/vaca/dia, considerado baixo em relação ao padrão nacional (6 litros/vaca/dia). O torneio leiteiro consiste na ordenha, em horários definidos, visando comparar o desempenho individual dos animais e identificar os mais produtivos.

Kit ordenha como prêmio

A estratégia, segundo Cavalcante, visa divulgar a pecuária leiteira no Estado e despertar o interesse dos produtores locais para a atividade. Além disso, chama a atenção para a necessidade de melhorar o nível tecnológico do rebanho e para a adoção de boas práticas na realização da ordenha manual. “Nesse contexto, por ser uma tecnologia de baixo custo, prática e eficiente na redução dos índices de contaminantes, o kit ordenha representa importante alternativa de garantia da qualidade do produto”, explica.

O certame reúne animais da raça Gir Holandês, de comprovado padrão genético, com produção média de pelo menos dez litros de leite/dia. É necessário também ter comprovados os registros de sanidade do rebanho (vacinação), além de testes com negatividade para doenças como brucelose, tuberculose e mastite bovina. O vencedor receberá como prêmio um kit ordenha manual, ofertado pela Embrapa Acre.

Com duas ordenhas diárias, sempre às 6h e 18h, os primeiros resultados revelam animais com produção média de até 17 litros/dia. “Isto prova que a pecuária de leite é uma atividade viável no Acre. Os ganhos da adoção das tecnologias disponíveis são múltiplos, mas o maior beneficiado é o produtor. O aumento da qualidade do rebanho eleva a produtividade, contribuindo para a elevação da renda familiar e melhoria da qualidade de vida na comunidade”, diz Francisco Dantas, médico veterinário da Seap.

A produção diária de leite está sendo usada na fabricação de queijo, atividade coordenada pelo Senar e Mapa. Serão produzidos cerca de 50 quilos do produto para degustação pelos visitantes da feira, no próximo domingo, por ocasião do encerramento do evento.

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