Para integrar os adolescentes, o Centro de Apoio à Semiliberdade, ao Egresso e à Família (Casef) realizou nesta sexta-feira, 1°, um torneio de futebol. Também participaram do evento socioeducandos de outras unidades, familiares, comunidade e alunos do curso de Frentista do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac).
A brincadeira teve direito a troféu e medalhas disputadas por quatro times. O socioeducando Mateus (nome fictício), 14, declara que, apesar de ter perdido o torneio, sente-se alegre com a programação dinâmica. “Eu jogo bola desde os oito anos. Aprendi com os colegas do bairro. O bom disso é passar o tempo de uma forma divertida”, afirma.
O professor do curso de Frentista do Senac Noé de Brito, um dos idealizadores da atividade, destaca a importância da família no dia a dia dos socioeducandos. “Hoje temos aqui, além dos adolescentes, pais, irmãos e demais parentes deles. Isso motiva esses jovens. Esse é um público especial, que requer abordagem específica. São pessoas que querem crescer, querem mudar, e para mim é um privilégio fazer parte disso”, declara.
A atividade faz parte do plano de ação construído pela direção do centro, com o objetivo de envolver os adolescentes em práticas esportivas e afastá-los das drogas, explica a diretora do Casef, Cíntia Pontes. “Infelizmente, muitos meninos em semiliberdade sofrem com a dependência química, e isso tem um impacto negativo na saúde deles. Na próxima semana, iniciaremos a Orientação ao Uso de Drogas e de Combate na unidade. Portanto, esse torneio já surge no intuito de dar espaço ao projeto. Os adolescentes ficam muito indispostos, e é a droga que faz isso com eles, tirando o prazer de realizar o que realmente dá prazer de forma saudável. Por isso, quando fazemos torneios com medalhas e troféus, eles se sentem mais motivados”, aponta.
De acordo com o presidente do Instituto Socioeducativo do Acre (ISE), Henrique Corinto, o maior desafio nas medidas ainda é lutar com o poder das drogas na vida dos jovens. “Apesar do esforço da equipe em mantê-los ocupados com atividades pedagógicas, quando os adolescentes em semiliberdade retornam para casa, deparam-se com a mesma comunidade, uma realidade dura, comum para eles. É nesse sentido que o governo do Estado, juntamente com toda a equipe que integra o ISE, trabalha para minimizar os impactos das decisões desses jovens na sociedade”, relata.
Satisfeita com o sucesso da atividade, a diretora do Casef aponta os principais responsáveis pela execução do trabalho. “Tudo que fazemos dentro de uma unidade socioeducativa se torna três vezes mais difícil, devido às peculiaridade do local. Ainda assim, as equipes de segurança, pedagógica, técnica e administrativa se mostram empenhadas em ver o melhor acontecer. Um esforço, em especial, do presidente Henrique Corinto, que acredita na socioeducação”, agradece Cíntia.