Considerado como um dos principais exames feitos em recém-nascidos, o teste do pezinho tem como objetivo detectar doenças que influenciam no desenvolvimento e crescimento do bebê. O teste é gratuito e pode ser feito nas Maternidades, Centros de Saúde e Unidades de Referência em Atenção Primária (URAPs).
O teste do pezinho é um exame obrigatório e deve ser realizado em todos os recém-nascidos vivos do terceiro ao quinto dia de vida. Entre as doenças que podem ser detectadas estão: hipotireoidismo congênito, fenilcetonúria, doenças falciformes e outras hemoglobinopatias, além da fibrose cística.
Segundo a coordenadora estadual do Programa Triagem Neonatal, Priscylla Nunes, o exame é muito importante, pois ajuda a identificar doenças genéticas e congênitas já no primeiro mês de vida da criança. “A coleta do teste do pezinho é de extrema importância, pois detecta doenças que se não diagnosticadas e tratadas podem causar graves sequelas e, dessa maneira, prejudicando a qualidade de vida da criança”, disse.
O teste é feito a partir de gotas de sangue colhidas do calcanhar do recém-nascido. Com esse sangue, o enfermeiro ou técnico de enfermagem preenche os cinco círculos correspondentes no papel de coleta.
A coordenadora disse ainda que caso o exame apresente alguma alteração, o recém-nascido realiza uma nova coleta do teste, e se confirmado o resultado alterado, os pais são orientados pelo profissional de saúde e, a assistente social do Núcleo de Atendimento em Triagem Neonatal (NATIVIDA) já agenda a consulta com o especialista da doença diagnosticada e de imediato toma as providências cabíveis, para realizar exames e informar quais medicamentos serão utilizados no tratamento.
Vale ressaltar que neste ano, o Estado foi habilitado pelo Ministério da Saúde na fase III do Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN) passando a detectar também a fibrose cística. “Para esta doença, o Estado já está se organizando para oferecer o tratamento e garantir o acompanhamento da criança, pois vamos precisar de um local para internação, um serviço de referência para o ambulatório, profissionais especializados”, comenta a coordenadora.
Priscylla enfatiza que o exame deve ser realizado do terceiro ao quinto dia de vida, portanto, as mães não devem deixar o teste para ser realizado depois, já que a coleta tardia atrapalha o sucesso do tratamento. “É muito importante conscientizar a mãe que leve o bebê para fazer o teste nos primeiros dias de vida, além disso, como em qualquer doença, quanto mais precoce o diagnóstico, mais rápido é o início do tratamento”, explica.
Em alusão ao dia Nacional do Teste do Pezinho, a Coordenação Estadual de Triagem Neonatal vinculada à Área Técnica de Saúde da Criança da Sesacre em parceria com a equipe da Área Técnica de Saúde da Criança da Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco e o NATIVIDA realizaram uma ação que consistiu na divulgação da Triagem Neonatal, sua importância, locais de realização de coleta, além de informar sobre a mudança de fase no PNTN. Foram distribuídos folders sobre o Teste do Pezinho, Saúde da Criança e Aleitamento Materno, além de orientações para a população.
Saiba mais:
No dia 6 de junho é comemorado o Dia Nacional do Teste do Pezinho. A data foi instituída pelo Governo Federal para destacar a importância deste exame. O teste possui quatro fases, que só são executados conforme a habilitação no Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN).
Fenilcetonúria: É uma doença genética caracterizada pelo não processamento da proteína fenilalanina que causa um comprometimento neurológico e consequentemente, prejudicando o desenvolvimento da criança.
Hipotireoidismo congênito: É a deficiência dos hormônios produzidos pela glândula tireóide que pode levar ao retardo mental e malformações físicas.
Doenças falciformes: Doença genética causada pela modificação de genes que produzem as hemoglobinas, responsável por transportar oxigênio para órgãos e tecidos do corpo. Essa malformação enrijece as hemoglobinas, prejudicando a circulação sanguínea e provocando muitas dores, como nos ossos e articulações, fadiga intensa, icterícia, tendência a infecções, feridas na perna.
Fibrose Cística: Doença genética causada por um distúrbio nas secreções de algumas glândulas produtoras de muco, comprometendo o sistema respiratório, digestivo, afetando órgãos como o pâncreas e fígado. Causa infecções respiratórias e má função intestinal.