Viver com sabedoria na floresta e preservar a mãe natureza. Estas são filosofias do povo Shawadawa, que vive às margens do Rio Cruzeiro do Vale, em Porto Walter, interior do Acre.
Compreendendo a diversidade cultural acreana e em curso de uma política de desenvolvimento sustentável, o governo do Estado, por meio da Secretaria de Meio Ambiente (Sema), beneficiou a aldeia Raimundo do Vale com um projeto de energia renovável. Ao todo, quarenta placas solares serão utilizadas para gerar energia de dez residências e uma máquina colhedora de coco babaçu.
Além de proporcionar mais qualidade de vida e conforto aos indígenas, o projeto também fortalece a produção e estimula o crescimento econômico. Na aldeia, o grupo trabalha na divulgação da marca Pushuã. A demanda foi apresenta à Sema pela ONG SOS Amazônia, parceria do Estado em ações de valorização do ativo ambiental.
Segundo Txãda Shawã, vice-presidente da Cooperativa Pushuã, a energia solar, além de trazer o conforto e economia, não está associada à emissão de poluentes, preservando a floresta. “Vamos usar essa energia solar sem poluir a floresta e a mãe natureza”, disse.
Já o cacique e Pajé Kutá Shawadawa destacou a importância da energia solar chegando às aldeias e trazendo o benefício de poder ter um freezer para a conservação dos alimentos, uma geladeira, telefone e internet para se conectar com o mundo.
“É um grande avanço para o nosso povo, um passo que nós, lideranças jovens, estamos buscando dentro da organização, para que nossos parentes se sintam bem em nossas terras sem perder a cultura”, destacou.
Marky Brito, diretor do Departamento de Floretas da Sema, observa que “esse projeto mostra o empenho do governador Tião Viana em expandir a produção florestal não madeireira do Acre, diversificando a produção e gerando renda em todos os municípios, especialmente os nossos povos indígenas”.
A iniciativa é promovida com recursos do Programa de Desenvolvimento Sustentável do Acre (PDSA, fase II) e beneficia 39 famílias de três comunidades da Terra Indígena Arara, em Porto Walter, viabilizando o beneficiamento de 16,5 toneladas de cocão por ano. A atividade vai agregar uma renda de aproximadamente R$ 5,7 mil, anualmente, por família.