Temperaturas no próximo trimestre devem ser altas, diz coordenador do AcreBioClima

“Se não tivéssemos essas chuvas atípica nesses meses de junho e julho certamente o Rio Acre já teria ficado muito mais baixo", afirma Alejandro Fonseca (Foto: Angela Peres/Secom)

“Se não tivéssemos essas chuvas atípicas nesses meses de junho e julho, certamente o Rio Acre já teria ficado muito mais baixo”, afirma Alejandro Fonseca (Foto: Angela Peres/Secom)

Os meses de agosto, setembro e outubro devem ser marcados por temperaturas altas durante o período do dia, com variações entre 33°C e 35°C, de acordo com avaliações do doutor em física e coordenador do AcreBioClima, grupo de Estudos e Serviços Ambientais da Universidade Federal do (Ufac), Alejandro Fonseca Duarte.

“O horário em que as temperaturas serão mais altas, nesses próximos meses, será entre 12 horas e 16 horas. Contudo, a tendência é de que à noite as temperaturas sejam amenas, com médias entre 18°C a 20°C. As chuvas devem ocorrer em áreas espaças”, detalha o professor.

Alejandro Duarte complementa explicando que no início do ano, no período do mês de fevereiro, é comum ocorrerem chuvas nesta região. Porém, este ano, após o dia 20 de fevereiro, foi registrada uma redução de chuvas significativas que levaram inclusive à baixa no nível do Rio Acre, principal manancial que abastece a capital.

“Em pleno período de chuvas tivemos essa situação atípica. Na época esperava-se até uma alagação, mas não tivemos, porque cessaram as chuvas. Somente em março, e especialmente em abril, voltamos a ter chuva. Foi quando tivemos aquela alagação atípica, já que a probabilidade de ocorrer enchentes nessa época é menor”, explica o coordenador.

Mudanças no sistema – Segundo Alejandro Fonseca, essas modificações na frequência de chuvas deu-se porque os sistemas que se caracterizam por trazer chuva para esta região ficaram mais ao norte da Região Norte e influenciaram pouco no Acre.

“Um ramo desse sistema influenciava a parte oeste do Acre e isso manteve as chuvas em nível normal na região de Cruzeiro do Sul e de toda aquela parte do estado. Mas, a parte leste registrou poucas chuvas”, observa.

Alejandro Fonseca diz que depois de abril iniciou o período de seca e o nível do Rio Acre baixou muito.

“Se não tivéssemos essas chuvas atípica nesses meses de junho e julho certamente o Rio Acre já teria ficado muito mais baixo. Agora não estamos mais numa situação calamitosa porque as chuvas têm acontecido em área espaças”, avalia Fonseca.

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Sem friagens – Além disso, o coordenador do AcreBioClima conclui esclarecendo que o Acre tem registrado temperaturas mais amenas devido a baixas de temperaturas nas regiões Sul e Sudeste. Porém, ele avisa que friagens com baixas temperaturas – quedas bruscas de temperaturas – não estão mais previstas para acontecer, tendo em vista que a época mais comum para esses fenômenos já passou.

Defesa Civil comprova mais chuvas no bimestre – Comprovando as informações do coordenador do AcreBioClima, a Defesa Civil do Estado disponibilizou os dados de índice pluviométricos de Rio Branco entre os meses de junho e julho deste ano. Os dados repassados pelo comandante da Defesa Civil do Estado, coronel Carlos Gundim, apontam que neste bimestre choveu mais que neste mesmo período de 2012.

Segundo a Defesa Civil do Estado, em junho de 2012 o índice pluviométrico foi de 70,8 milímetros, já no mês de julho do mesmo ano o índice registrado foi de 43,3 milímetros. Neste ano, em junho, o índice pluviométrico foi de 106,5 milímetros e neste mês de julho, em apenas nove dias, já choveu 42,3 milímetros, sendo quase o mesmo índice registrado em todo o mês de julho de 2012.

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